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Tornozeleira para preso é aprovada em SP com erro na lei
DA REPORTAGEM LOCAL
Graças a um acordo entre as
lideranças políticas, a Assembléia Legislativa de São Paulo
aprovou ontem lei que prevê o
monitoramento eletrônico de
presos "indultados" ou em liberdade condicional. O problema é que o texto da lei está errado e terá de ser reescrito.
Pela legislação brasileira, a
pessoa figura como indultada
quando recebeu o perdão por
parte do Estado e já não deve
mais nada à Justiça. Nesse caso,
ela não pode ser monitorada.
O outro tipo de benefício previsto pela Lei de Execuções Penais são as saídas temporárias,
que são direito de alguns presos
em regime semi-aberto. A Folha não conseguiu localizar ontem à noite o deputado Baleia
Rossi (PMDB), autor do projeto, para esclarecer se ele queria
se referir às saídas temporárias.
Por ano, sentenciados em regime semi-aberto que cumpram condições impostas pela
Lei de Execuções Penais têm
direito a cinco saídas temporárias: Páscoa, Dia dos Pais, Dia
das Mães, Dia das Crianças ou
Finados e Natal/Ano Novo. Cada saída temporária dura, no
máximo, sete dias.
Em até 15 dias, depois de passar pela Comissão de Redação
da Assembléia, a lei será submetida ao governador José Serra (PSDB).
Em março de 2007, durante
encontro com o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo
Tribunal Federal), Serra se posicionou de forma favorável ao
monitoramento. Ontem, a Folha procurou o governador,
mas ele estava em uma reunião,
segundo sua assessoria.
Na última saída temporária,
da Páscoa, 18.130 presos deixaram as prisões. Desses, 1.038
não retornaram. São Paulo tem
mais de 142 mil detentos.
A pulseira ou tornozeleira terá um chip que transmitirá para uma central seu posicionamento exato. Terá também dispositivos para alertar quando
os sentenciados tentarem se
desvencilhar delas.
Minas e Paraná
O governo de Minas Gerais
deve iniciar no final deste mês
um teste com tornozeleiras eletrônicas em dez presos dos regimes semi-aberto e aberto. Se
aprovada a medida, o uso ocorrerá por indicação da Justiça.
O Paraná desenvolve pesquisas há três anos sobre a tornozeleira eletrônica. Uma parceria entre o Lactec (Instituto de
Tecnologia para o Desenvolvimento), ligado à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia,
e a empresa Spacecomm resultou na criação de um equipamento de 90 gramas.
O equipamento está pronto
para ser comercializado em larga escala assim que seu uso for
regulamentado no Congresso.
Cada unidade custa R$ 2.100.
A intenção do governo do Paraná é iniciar os testes com presos no Estado ainda neste primeiro semestre.
(ANDRÉ CARAMANTE)
Colaborou a Agência Folha, em Belo horizonte e Curitiba
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