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Parentes confirmam pressão de grupos
DA REPORTAGEM LOCAL
Parentes de presos do CDP 1 de
Guarulhos reclamaram ontem da
mistura, dentro da unidade, de
presidiários ligados a facções com
detentos primários que não integram grupo algum.
"O filho da minha vizinha ligou
há uma semana dizendo que precisaria se filiar ao PCC, porque
eles estavam dominando a unidade", disse a mulher de um dos detentos do CDP, que não quer ser
identificada.
A ligação, segundo ela, foi feita
do interior da cela por meio de
um telefone celular levado para
dentro do presídio por um integrante da facção PCC.
Familiares dos encarcerados no
CDP de Guarulhos disseram não
apoiar esse tipo de organização
criminosa, diferentemente do que
algumas vezes acontece em unidades prisionais onde há uma facção consolidada no poder.
"Eles deveriam ficar separados.
Meu filho está para sair da cadeia,
porque não provaram nada contra ele. Mas nem dorme direito lá,
com medo", afirma a dona-de-casa L., 49.
A OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil) defendeu ontem a separação dos detentos por facções.
"Isso poderia evitar chacinas como a que ocorreu em Guarulhos",
disse o advogado Amir Fares, da
Comissão de Direitos Humanos
da Subsecção Guarulhos.
Segundo cinco familiares de
presos ouvidos pela Folha, a rebelião de ontem estava anunciada
havia uma semana.
"Se o PCC faz isso com cadeia,
não deveriam estar aí", diz a dona-de-casa R., 57, mãe de um dos
encarcerados.
Da lista de mortos divulgada
ontem, dois eram egressos -cometeram delitos em liberdade
condicional. Um era acusado de
furtar e o outro de roubar. Os cinco restantes respondiam a processos por receptação, roubo, furto e
formação de quadrilha.
Ontem, a Secretaria da Administração Penitenciária informou
que não falaria sobre a rebelião.
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