São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2007

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Pai de Liana diz que irá processar o Estado

Para Ari Friedenbach e Lenice Caffé, mãe de Felipe, houve negligência do Estado e fugitivo voltará a cometer outros crimes

"[Ao saber da fuga] Pensei em mim, na minha família e também na sociedade", lamentou pai de garota assassinada

DANIELA TÓFOLI
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

A fuga do assassino confesso do casal Liana Friedenbach e Felipe Caffé quase quatro anos após o crime chocou os pais dos dois jovens. Eles temem que o criminoso, agora em liberdade, volte a cometer outros crimes.
Ari Friedenbach, pai da garota, disse ontem que irá processar o Estado pela fuga ocorrida na antiga Febem. Em entrevista por telefone, disse que a primeira sensação ao saber da notícia foi de susto e preocupação.
"Pensei em mim, na minha família e também na sociedade. Tenho certeza de que ele não vai pensar duas vezes antes de cometer outro homicídio."
Ele disse que não pensa em pedir proteção policial, mas que espera que o Estado aja rápido, intensifique as buscas e garanta a segurança de toda a sociedade, já que era responsável por mantê-lo sobre a sua guarda. "O Estado precisa responder por isso. Vou me informar dos detalhes, mas quero entrar com um processo contra o Estado [por causa da fuga]."
Lenice Silva Caffé, mãe de Felipe, diz que houve "negligência do Estado" e que agora mais pessoas podem ser vítimas do criminoso. O fugitivo planejou a morte de Felipe, que foi morto por outro envolvido no crime -Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco.
"Eu tenho certeza absoluta de que podem ocorrer mais crimes. Até quando o Estado vai se omitir? Terão de ser sacrificadas mais vítimas?", perguntou.
De acordo com Lenice, o criminoso deveria ter ido para um hospital psiquiátrico depois que completou 18 anos. Porém, considera que sua fuga seria ainda mais fácil nesse tipo de estabelecimento. "Mais uma vez, o Estado foi negligente."
Segundo ela, o criminoso, que agora é maior de idade, deve, assim que recapturado, ser levado para a prisão em vez de voltar para a Febem.
Quando planejou o estupro e a morte dos dois jovens, o criminoso tinha 16 anos.


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