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São Paulo, terça-feira, 03 de junho de 2003

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CURITIBA

Organizador está desaparecido

Show em que morreram 3 não teve policiamento

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O show de rock em que três adolescentes morreram pisoteados e 25 sofreram ferimentos, no sábado à noite, em Curitiba, não tinha alvará, não foi informado à Polícia Militar e a direção do Jockey Club não seguiu entendimento do Ministério Público -de que o espaço não oferecia segurança para eventos de massa.
As três irregularidades vão fazer parte do inquérito criminal sobre o tumulto, que corre na Delegacia de Homicídios. O promotor do show batizado de "União pela Paz", Athayde de Oliveira Neto, 23, teve um habeas corpus negado pela Justiça e está desaparecido desde a madrugada de domingo. Ele deve ser indiciado por homicídio culposo (não intencional).
"Foi um show à revelia da ordem pública", disse o promotor João Henrique Vilela da Silveira. Segundo ele, a direção do Jockey Club vai dividir a responsabilidade pelo desfecho com o promotor do evento, numa ação civil que vai pedir a interdição do espaço.
O Jockey Club é presidido pelo secretário da Indústria e Comércio do Estado, Luiz Mussi.
O procurador-chefe do município, Maurício de Ferrante, confirmou a ausência de alvará. No Corpo de Bombeiros, o major que comanda a área de engenharia, Wanderley Mariano, informou que o laudo foi negado. Segundo ele, o acesso era feito por apenas dois portões e não havia portão de saída.

Outro lado
O advogado Carlos Humberto Fernandes da Silva, que representa Oliveira Neto, procurou ontem a polícia para negociar o depoimento de seu cliente. Silva manteve a versão de que seu cliente informou a realização do show às autoridades.
De acordo com Silva, na segurança teriam atuado 700 homens de uma empresa particular e havia duas ambulâncias reservadas.
O presidente do Jockey Club e secretário estadual da Indústria e Comércio, Luiz Mussi, não respondeu a um recado deixado na caixa postal de seu celular.


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