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"Sozinho" faz do lar uma mostra particular
Solteiros investem em arquitetura e decoração para transformar a casa em habitat repleto de características próprias
Vale tudo para espantar a idéia do espaço desabitado e se cercar do que guarda relação com o gosto e personalidade do morador
MARIANNE PIEMONTE
DA REVISTA DA FOLHA
Desconstrua a idéia de que
miojo no jantar e engradado de
cerveja como sapateira são as
máximas de jovens que moram
sozinhos. Pode até ser que, na
casa dos 20, essa seja a realidade de quem usa a casa como "lava-rápido", para recarregar baterias entre uma balada e outra.
Só que às vezes esse povo
cresce e resolve arrumar a casa.
O que não quer dizer jogo de sofá combinando com a mesa de
centro, cozinha planejada, toalhinha de crochê no fogão, dois
filhos e um cachorro. O habitat
desses ermitões -por opção, já
que morar sozinho não está
mais relacionado com o estado
civil- pode ter uma peça de
moto na sala e garagem como
sala de estar. Por que não?
Na Casa Cor, principal mostra de decoração do país, que
começou na terça, além de espaços de convivência, aclamados profissionais apresentam
propostas para casas de gente
só, mas nem por isso solitária.
Aos poucos, a idéia de núcleo
familiar padrão (pai + mãe + filhos) é substituída sem sofrimento pela constatação de que
família também se escolhe,
sim. Os laços biológicos não
precisam ser desfeitos para que
alguém constitua um lar feliz e
aconchegante frequentado por
amigos, namorados e, principalmente, por ele mesmo.
"A arquitetura moderna abre
possibilidades para que cada
um projete o seu espaço com
característica próprias", diz o
professor de projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP Marcos Acayaba,
63. "Não existe mais o estilo de
casa padrão. No último condomínio de 16 casas que projetei,
cinco eram de solteiros."
No embalo da próxima Casa
Cor, que vai até o dia 9 no Jockey Club, a Revista convida para uma pequena mostra de decoração: a do bloco do eu sozinho, formado por gente que
aprendeu a fazer da casa a sua
melhor companhia.
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