São Paulo, quinta-feira, 03 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Roubo a condomínio terá ação especial

Secretário da Segurança Pública lançou protocolo para regulamentar ação preventiva e investigação das polícias Civil e Militar

Uma das principais medidas será reforçar o patrulhamento nas regiões do Estado identificadas como alvos dos ladrões

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O titular da Secretaria da Segurança Pública da gestão José Serra (PSDB), Antonio Ferreira Pinto, deu ontem outra demonstração de que uma das suas duas principais metas é combater os roubos contra condomínios no Estado e lançou um protocolo para regulamentar a ação preventiva e de investigação das polícias Civil e Militar nesse tipo de crime.
Enquanto também se dedica a combater a corrupção na Polícia Civil, sua outra prioridade, Ferreira Pinto lançou o "Programa de Prevenção e Repressão de Roubos a Condomínios", protocolo de 13 artigos normatizadores da ação das polícias Civil e Militar nesse crime.
A partir de agora, sempre que acontecer um roubo a condomínio, as polícias seguirão as regras de Ferreira Pinto para cuidar do caso. Uma das principais medidas será reforçar o patrulhamento nas regiões do Estado identificadas como alvos dos ladrões de condomínios.
As centrais de comunicação das polícias deverão espalhar a notícia imediatamente para que os policiais possam, por exemplo, patrulhar possíveis rotas de fuga dos criminosos.
Ferreira Pinto também quer que o delegado responsável pelo registro do caso mande os documentos da investigação em até 48 horas para o seu gabinete, que irá trabalhar as informações com os setores de inteligência da Segurança Pública.
Carros da PM terão dados sobre os roubos a condomínio ocorridos nos 30 dias anteriores, fichas de suspeitos, relação de bens roubados etc. Os policiais civis terão treinamento na academia da corporação para investigar esse tipo de crime.
"Crimes como roubos a condomínios produzem sentimento de insegurança, de que a segurança está abandonada porque isso [roubo a condomínio] tem muita visibilidade. Por isso, a rápida resposta da Secretaria da Segurança é positiva", disse a cientista social Silvia Ramos, coordenadora do Cesec (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania), da Universidade Candido Mendes (RJ).
"No caso de São Paulo, não dá para dizer: "Ah, se eles dessem a mesma importância quando os homens pobres morrem". São Paulo reduziu muito a taxa de homicídios e não dá para dizer que a Segurança está dando importância só para os crimes contra os ricos e não dá importância aos crimes contra os mais pobres", continuou Sílvia.
"Esse tipo de crime provoca inquietação social e aumenta a sensação de insegurança, justificando a atuação concentrada no seu combate", foi um dos argumentos usados por Ferreira Pinto para criar o programa, ontem, no "Diário Oficial". Procurado, ele não quis falar.
A Folha apurou que as medidas para combater roubos em condomínios têm assessoria de membros da área de segurança da Fiesp, principalmente do vice-presidente, Ricardo Lerner, que teve sua casa em um condomínio de luxo roubada em junho. Ontem, o Secovi (Sindicato da Habitação) informou que a ideia de criar o programa anunciado por Ferreira Pinto foi uma sugestão do órgão.


Texto Anterior: Renata Maria Nitrini Pereira Gomes (1945-2009): A professora conheceu o amor no Carnaval
Próximo Texto: Análise: Qual o motivo da prioridade dada aos condomínios?
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.