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Roubo a condomínio terá ação especial
Secretário da Segurança Pública lançou protocolo para regulamentar ação preventiva e investigação das polícias Civil e Militar
Uma das principais
medidas será reforçar o patrulhamento nas regiões do Estado identificadas como alvos dos ladrões
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O titular da Secretaria da Segurança Pública da gestão José
Serra (PSDB), Antonio Ferreira Pinto, deu ontem outra demonstração de que uma das
suas duas principais metas é
combater os roubos contra
condomínios no Estado e lançou um protocolo para regulamentar a ação preventiva e de
investigação das polícias Civil e
Militar nesse tipo de crime.
Enquanto também se dedica
a combater a corrupção na Polícia Civil, sua outra prioridade,
Ferreira Pinto lançou o "Programa de Prevenção e Repressão de Roubos a Condomínios",
protocolo de 13 artigos normatizadores da ação das polícias
Civil e Militar nesse crime.
A partir de agora, sempre que
acontecer um roubo a condomínio, as polícias seguirão as
regras de Ferreira Pinto para
cuidar do caso. Uma das principais medidas será reforçar o patrulhamento nas regiões do Estado identificadas como alvos
dos ladrões de condomínios.
As centrais de comunicação
das polícias deverão espalhar a
notícia imediatamente para
que os policiais possam, por
exemplo, patrulhar possíveis
rotas de fuga dos criminosos.
Ferreira Pinto também quer
que o delegado responsável pelo registro do caso mande os
documentos da investigação
em até 48 horas para o seu gabinete, que irá trabalhar as informações com os setores de inteligência da Segurança Pública.
Carros da PM terão dados sobre os roubos a condomínio
ocorridos nos 30 dias anteriores, fichas de suspeitos, relação
de bens roubados etc. Os policiais civis terão treinamento na
academia da corporação para
investigar esse tipo de crime.
"Crimes como roubos a condomínios produzem sentimento de insegurança, de que a segurança está abandonada porque isso [roubo a condomínio]
tem muita visibilidade. Por isso, a rápida resposta da Secretaria da Segurança é positiva",
disse a cientista social Silvia
Ramos, coordenadora do Cesec
(Centro de Estudos de Segurança e Cidadania), da Universidade Candido Mendes (RJ).
"No caso de São Paulo, não dá
para dizer: "Ah, se eles dessem a
mesma importância quando os
homens pobres morrem". São
Paulo reduziu muito a taxa de
homicídios e não dá para dizer
que a Segurança está dando importância só para os crimes
contra os ricos e não dá importância aos crimes contra os
mais pobres", continuou Sílvia.
"Esse tipo de crime provoca
inquietação social e aumenta a
sensação de insegurança, justificando a atuação concentrada
no seu combate", foi um dos argumentos usados por Ferreira
Pinto para criar o programa,
ontem, no "Diário Oficial". Procurado, ele não quis falar.
A Folha apurou que as medidas para combater roubos em
condomínios têm assessoria de
membros da área de segurança
da Fiesp, principalmente do vice-presidente, Ricardo Lerner,
que teve sua casa em um condomínio de luxo roubada em
junho. Ontem, o Secovi (Sindicato da Habitação) informou
que a ideia de criar o programa
anunciado por Ferreira Pinto
foi uma sugestão do órgão.
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