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Motocicleta pagará pedágio em todas as rodovias em SP
Hoje a cobrança é restrita a três rodovias administradas por concessionárias; ideia é usar dinheiro em segurança nas estradas
Valor será metade da tarifa básica, cobrada de veículos de passeio, caso seja mantida metodologia já aplicada nas concessões
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo vai
estender a cobrança de pedágio
para motocicletas, hoje restrita
a rodovias concedidas neste
ano, para todas as estradas do
Estado. A informação é do secretário dos Transportes do Estado, Mauro Arce, que esteve
ontem na Assembleia Legislativa para falar aos deputados de
investimentos no setor.
"Estamos preparando a alteração do decreto [que trata de
pedágios]. Não pode ser diferenciado, porque as novas
[concessões] já praticam a cobrança", disse o secretário.
Embora tenha evitado falar
em prazos, Arce afirmou que já
está definido que a receita com
o pedágio para motos não fique
com as concessionárias. A
ideia, diz o secretário, é usar os
recursos em investimentos na
segurança das estradas.
O valor praticado será metade da tarifa básica, cobrada de
veículos de passeio, caso seja
mantida a mesma metodologia
já aplicada nas concessões.
No ano passado, o governo de
São Paulo decidiu permitir cobrança de pedágio de motocicletas nos 1.763 km de rodovias
que tiveram as operações privatizadas desde então.
Até agora, a cobrança já foi
implementada no sistema Ayrton Senna-Carvalho Pinto -R$
4,60 para carros e R$ 2,30 para
motocicletas- e no km 285 da
Marechal Rondon.
Além das estaduais, o pedágio para motos também é permitido nas rodovias federais
privatizadas, como a Dutra
-em que o preço chega a um
sexto do valor básico, caso da
praça de Parateí, e a Régis Bittencourt, que cobre metade do
preço pago por carros.
A justificativa do governo é
que as motos já representam
altos gastos no socorro mecânico e médico. "Em 95% dos acidentes com moto há morto ou
ferido", afirmou Arce.
Esse argumento já vinha sendo usado por concessionárias
para pressionar o governo a
permitir o pedágio para motos.
A Folha não conseguiu ontem
falar com a ABCR, a associação
das concessionárias.
O anúncio de Arce irritou o
deputado estadual e ex-piloto
de motocross Rogério Nogueira (PDT), que protestou diante
do secretário e disse não concordar com a medida.
Motofrete
A diferença de custo pelas
viagens em rodovias será repassada aos usuários dos serviços de motofrete, diz diz Gilberto Almeida Santos, o Gil,
presidente do Sindicato dos
Motoboys de São Paulo.
"Se formos obrigados, vamos
pagar, não tem outro jeito. Mas
nossa categoria não tem como
absorver mais esse custo novo e
vamos ter de repassar", diz.
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