São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2000

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Vandalismo aumenta impunidade

DA REPORTAGEM LOCAL

O vandalismo também é responsável pela não-conversão em multa de algumas infrações por excesso de velocidade, de acordo com a Engebras. A quantidade de equipamentos destruídos, porém, vem diminuindo.
Há quatro anos, pelo menos 60 aparelhos da Engebras, responsável pelos radares fixos, eram destruídos mensalmente. Hoje, são 20 por mês. "O vandalismo acaba influenciando na imagem. Tem gente que dá tiro de metralhadora no radar. Tem gente que dá só uma pancada na câmera, tirando ela do foco. A gente só vai perceber isso no final do dia, quando faz a coleta do material", afirma Victor Agostinho, assessor de comunicação da empresa.
Cada um dos 40 equipamentos em operação na capital custa US$ 45 mil. A manutenção é bancada pela Engebras. "Isso causa um prejuízo muito grande. Há pessoas que cortam fios, que batem na câmera, que colocam fogo." Agostinho não quis comentar os números sobre as multas. Segundo ele, o contrato da operadora determina que apenas a CET pode fazer declarações a respeito desse assunto.
A Folha também tentou contato com as outras duas empresas que operam aparelhos fotográficos na capital. Representantes da Consladel não quiseram dar entrevista utilizando o mesmo argumento da Engebras. A Inepar não respondeu aos telefonemas feitos na sexta-feira pela reportagem.
Apesar dos índices de vandalismo, Luiz de Carvalho Montans, engenheiro da CET, diz que "a impopularidade do radar é causada por uma minoria". Ele cita uma pesquisa realizada em São Bernardo, segundo a qual 80% das pessoas eram favoráveis à fiscalização fotográfica.
Pelos dados da companhia, 73% dos motoristas de São Paulo não tomaram nenhuma multa por excesso de velocidade de julho de 1998 a julho de 1999. Outros 17% praticaram apenas uma infração. "Ou seja, está concentrado em uns poucos." (AI)

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