São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2005

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FINADOS

Polícia deteve 166 pessoas na zona leste; empresa será multada em decorrência do mato alto no Vila Formosa

Ação antiflanelinha é feita em cemitérios

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No Dia de Finados, a polícia deteve 166 pessoas em operação de combate a flanelinhas, furtos e roubos no entorno de seis cemitérios da zona leste de São Paulo.
Nenhum dos detidos na ação, perto dos cemitérios da Vila Formosa, da Quarta Parada, da Vila Alpina, da Penha, de Itaquera e do Parque do Carmo, ficou preso. Eles foram fotografados, fichados e liberados. Entre os detidos há 41 pessoas com antecedentes criminais e dois ex-internos da Febem.
No ano passado, a operação fez cair em 70% o número de ocorrências no entorno dos cemitérios, segundo a Polícia Civil. O balanço deste ano sai hoje.
O advogado Ariel de Castro Alves, do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, considerou a medida inconstitucional, por ferir o direito à liberdade. "A ação é ilegal, abusiva e arbitrária, configura criminalização da pobreza."
Já o delegado Maurício Ahvener de Siqueira e Silva, da 5ª Seccional, afirmou que as blitze foram uma "averiguação normal". "Todos foram liberados em seguida, mas, se eles se envolverem em alguma confusão, saberemos."

Multa pelo mato alto
Além da blitz na parte externa, o Dia de Finados no cemitério da Vila Formosa, o maior da América Latina, foi prejudicado pelo mato alto. A prefeitura multará a empresa que corta a vegetação -que cobre sepulturas e trilhas.
Quem resolvia cuidar da sepultura do parente pagava R$ 10 para jardineiros clandestinos -ou fazia o serviço por conta própria.
A ameaça de multa havia sido feita anteontem, quando a Folha mostrou a situação no cemitério. Como a vegetação não foi totalmente cortada, a Tonanni Construções e Serviços será multada em valor proporcional à área que permanecia tomada pelo mato. Ninguém da empresa foi localizado ontem para comentar o caso.
Oliveiro Rosa da Silva, 65, foi visitar o túmulo da neta, morta há cinco anos. Com as mãos, arrancou o mato sobre a sepultura. Já Maria de Souza Ramalho, 55, pagou R$ 10 para o ajudante de pedreiro Christian dos Santos, 30, limpar o túmulo do primo. A prática, ilegal, era comum, apesar da presença de guardas-civis. (GABRIELA BELÉM e MARCELO GUTIERRES)


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