São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2010

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Garagens são os acessos preferidos em arrastões

Em 8 de 13 casos neste ano ladrões entraram em condomínios pelo local

Assaltantes agem de formas variadas, mas sempre se aproveitam de falhas no sistema de segurança dos prédios

RAPHAEL VELEDA
LUCIANA RIBEIRO
GUILHERME BRENDLER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O portão da garagem é o acesso preferido dos bandidos especializados em arrastões a condomínios de São Paulo. Foi por ele que os ladrões entraram nos prédios em oito de 13 assaltos noticiados pela Folha em 2010.
A abordagem dos bandidos varia, de acordo com o levantamento da reportagem.
Em três casos, os ladrões aproveitaram o tempo para o fechamento do portão, após a entrada de um morador, para invadir o prédio.
Foi o que aconteceu em 1º de setembro, quando criminosos em um BMW entraram na garagem de um prédio na rua Oscar Freire, nos Jardins (zona oeste de São Paulo).
Em dois casos, os assaltantes renderam os moradores na rua e invadiram o prédio com o carro dos reféns.
Foi assim em 25 de agosto, quando uma adolescente e seu motorista foram rendidos. Os assaltantes entraram, com o carro da família, em um prédio na Aclimação (região central). Fizeram 10 reféns no prédio de luxo.
Nos outros roubos, bandidos clonaram o carro ou o controle remoto do portão, de um morador, ou o porteiro simplesmente abriu a garagem para desconhecidos.
Aconteceu em 15 de janeiro, em um prédio na Chácara Klabin (zona sul), quando o porteiro abriu o portão para criminosos acreditando que se tratavam de moradores.
De acordo com a Secretaria de Segurança do Estado, até outubro, foram 19 ocorrências em condomínios; média mensal de 1,9 caso.
Em 2009, foram 21 registros; média de 1,75 por mês.

PONTO FRACO
Especialistas indicam que a garagem é mesmo um dos pontos fracos dos prédios.
"Vários porteiros abrem a garagem só com um sinal de "joia" do ocupante do carro. Nenhum sistema de segurança é à prova de falhas e a questão da falha humana é uma das mais preocupantes", diz o cientista político Guaracy Mingardi, especialista em segurança pública.
No Morumbi (zona oeste), foram dois casos em 2010. Com medo, um condomínio investirá R$ 250 mil para, entre outras coisas, instalar 72 câmeras (hoje são 16).
A entrada no estacionamento só será autorizada após a análise das impressões digitais dos motoristas.
O sistema atual, com cerca elétrica e vigilantes 24 horas, consome 20% do orçamento mensal do condomínio.
Os moradores consideram insuficiente. "As construtoras não fazem o projeto pensado em segurança. Privilegiam apenas a beleza arquitetônica", afirma o síndico.


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