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Empresas têm
cenário ideal
para negociar
DA REPORTAGEM LOCAL
Os empresários de ônibus
não tiveram nenhum ganho
imediato devido ao reajuste
de 15% da tarifa.
Isso porque a remuneração deles paga pela prefeitura é independente do preço
da passagem e, definida por
contrato, varia, conforme a
região, de R$ 0,99 a R$ 1,81
por passageiro (são computados inclusive os que viajam
de graça, como idosos), sendo reajustada anualmente.
Na teoria, poderiam até temer fuga de usuários do
transporte público. Mas, na
prática, as viações, que mantêm há anos como um de
seus principais consultores
exatamente Pedro Kassab,
que é irmão do prefeito, estão comemorando este cenário visto.
Elas ficaram satisfeitas e
otimistas com a situação,
ainda que não lucrem imediatamente, principalmente
por alguns motivos de médio
e longo prazo.
Em primeiro lugar, se a
passagem seguisse a R$ 2,
elas temiam que a prefeitura
tivesse que fazer cortes em
sua remuneração.
E, com maior folga nas
contas municipais, aumenta
a margem de negociação para futuras reivindicações das
viações. O cenário se tornou
mais favorável, por exemplo,
para barganhar os reajustes
contratuais de março. Nos
últimos dias, em meio à definição do aumento da passagem, os empresários de ônibus chegaram, inclusive, a
pedir um adiantamento para
pagar a primeira parcela do
13º -que foi negado.
Em segundo lugar, os empresários temiam que, sem
reajuste da tarifa, os investimentos da prefeitura e a exigência de renovação de frota
fossem comprometidos -algo que lhes traria prejuízos.
Por um aditivo contratual
firmado neste ano, as viações
passaram a ganhar um pagamento adicional quando
compram ônibus novos. Em
2005, a renovação da frota tinha ficado congelada. Em
2006, com essa nova regra, já
estão previstos um total de
850, que deve dobrar no ano
que vem.
Na zona oeste, esse adicional elevou a remuneração do
consórcio de R$ 1,2190 para
R$ 1,2333 por passageiro.
Além disso, é vantagem
para toda empresa manter o
seu patrimônio atualizado e
em boas condições, com menores custos de manutenção.
Redução de subsídio
O desejo do prefeito Gilberto Kassab (PFL) é reduzir
os subsídios à tarifa -de R$
320 milhões em 2007- e investir esse dinheiro em
obras, dizem seus assessores.
Já a vontade da cúpula do
transporte municipal para
que haja sobra de recursos na
cidade para novos investimentos é restringir alguns
benefícios, como as gratuidades de estudantes do setor
privado e as baldeações livres do bilhete único do vale-transporte -que, por essa visão, seria um benefício aos
patrões.
(AI)
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