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AMBIENTE
Lista do Ibama tem 31 candidatos
Áreas do país
podem virar
patrimônio
MARTA AVANCINI
da Reportagem Local
Trinta e uma áreas brasileiras estão cotadas para se tornar patrimônio mundial natural da Unesco. Elas fazem parte de uma lista
elaborada pelo Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis),
que deve ser apresentada à organização em fevereiro.
"Quando a Unesco reconhece
que uma área é importante, ela sofre uma espécie de tombamento e
se torna alvo da atenção da opinião pública mundial", afirma
Andréa Zaratini, que integra a
equipe da Diretoria de Ecossistemas do Ibama.
A Unesco é o órgão da ONU (Organização das Nações Unidas) para a educação, a ciência e a cultura.
A intenção subjacente ao projeto
é criar uma política de preservação
ambiental no Brasil de médio e
longo prazos. "Conforme as áreas
forem reconhecidas, o governo
brasileiro terá a obrigação de protegê-las", explica Andréa.
Em maio, o Brasil foi alvo da
pressão internacional para garantir preservação da única área no
país considerada patrimônio natural da Unesco, o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná. Um grupo de agricultores invadiu a área e
ganhou na Justiça o direito de reabrir provisoriamente a estrada que
a corta, fechada desde 1978 por ter
sido considerada pelo Ibama um
risco à preservação do parque.
"A mobilização de grupos internacionais foi fundamental para
conseguirmos fechar novamente a
estrada", diz José Pedro de Oliveira Costa, presidente do Conselho
Regional da Reserva da Biosfera da
Mata Atlântica.
A intenção de implantar uma
política de preservação também é
perceptível nas áreas que foram
escolhidas pelo Ibama: elas representam todos os tipos de ecossistemas existentes no país -da floresta tropical à caatinga e às ilhas
oceânicas. O próprio Ibama admite que a situação dos parques nacionais e outras áreas de preservação ambiental é problemática.
"A falta de estrutura ainda compromete", diz Pedro Eynard Camelo Melo, chefe-substituto do
Departamento de Unidades de
Conservação do Ibama. A falta de
funcionários -são 600 para fiscalizar e administrar 90 áreas- e de
verba para pagar as desapropriações de áreas a serem preservadas
são os principais problemas, diz.
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