São Paulo, domingo, 4 de janeiro de 1998.



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AMBIENTE
Lista do Ibama tem 31 candidatos
Áreas do país podem virar patrimônio

MARTA AVANCINI
da Reportagem Local

Trinta e uma áreas brasileiras estão cotadas para se tornar patrimônio mundial natural da Unesco. Elas fazem parte de uma lista elaborada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que deve ser apresentada à organização em fevereiro.
"Quando a Unesco reconhece que uma área é importante, ela sofre uma espécie de tombamento e se torna alvo da atenção da opinião pública mundial", afirma Andréa Zaratini, que integra a equipe da Diretoria de Ecossistemas do Ibama.
A Unesco é o órgão da ONU (Organização das Nações Unidas) para a educação, a ciência e a cultura.
A intenção subjacente ao projeto é criar uma política de preservação ambiental no Brasil de médio e longo prazos. "Conforme as áreas forem reconhecidas, o governo brasileiro terá a obrigação de protegê-las", explica Andréa.
Em maio, o Brasil foi alvo da pressão internacional para garantir preservação da única área no país considerada patrimônio natural da Unesco, o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná. Um grupo de agricultores invadiu a área e ganhou na Justiça o direito de reabrir provisoriamente a estrada que a corta, fechada desde 1978 por ter sido considerada pelo Ibama um risco à preservação do parque.
"A mobilização de grupos internacionais foi fundamental para conseguirmos fechar novamente a estrada", diz José Pedro de Oliveira Costa, presidente do Conselho Regional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
A intenção de implantar uma política de preservação também é perceptível nas áreas que foram escolhidas pelo Ibama: elas representam todos os tipos de ecossistemas existentes no país -da floresta tropical à caatinga e às ilhas oceânicas. O próprio Ibama admite que a situação dos parques nacionais e outras áreas de preservação ambiental é problemática.
"A falta de estrutura ainda compromete", diz Pedro Eynard Camelo Melo, chefe-substituto do Departamento de Unidades de Conservação do Ibama. A falta de funcionários -são 600 para fiscalizar e administrar 90 áreas- e de verba para pagar as desapropriações de áreas a serem preservadas são os principais problemas, diz.



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