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Medicação pode interferir
DA REPORTAGEM LOCAL
O excesso de medicamentos no
organismo pode levar a alterações
nos resultados de um exame toxicológico, diz o médico Sérgio
Graff, consultor e especialista em
toxicologia. Mas a ocorrência de
"falso positivo" ou de "inconclusões" nos resultados do laudo dependerão das substâncias suspeitas identificadas.
Por exemplo, "se a substância
encontrada for veneno de rato, o
fato de a vítima estar tomando vários remédios não vai alterar o resultado do laudo", diz Graff. Para
ele -que prefere não fazer referência ao caso de Fernando Dutra
Pinto-, até o teor de chumbo
presente na água de uma instituição pode levar a uma infecção
pulmonar. "Só o laudo toxicológico definirá as causas da morte."
Para o infectologista Vicente
Amato Neto, professor emérito
da Faculdade de Medicina da
USP, Dutra Pinto poderia estar
num processo de infecção mais
amplo que o pulmonar.
"As manchas observadas pelo
médico que cuidou dele podem
ser um indicador de que uma infecção grave vinha se desenvolvendo", diz Amato. "A infecção,
localizada no pulmão, poderia já
estar instalada em outros órgãos.
Nesses casos, não é de estranhar
que a infecção tenha tido uma
evolução fulminante, levando a
uma septicemia e à morte."
Quanto aos riscos da carne de
porco, os médicos ouvidos descartam uma intoxicação, já que
outros detentos não foram afetados. Já uma reação alérgica ou por
intolerância alimentar seria possível, já que dependeria do organismo de cada pessoa.
(AURELIANO BIANCARELLI)
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