São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2002

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Medicação pode interferir

DA REPORTAGEM LOCAL

O excesso de medicamentos no organismo pode levar a alterações nos resultados de um exame toxicológico, diz o médico Sérgio Graff, consultor e especialista em toxicologia. Mas a ocorrência de "falso positivo" ou de "inconclusões" nos resultados do laudo dependerão das substâncias suspeitas identificadas.
Por exemplo, "se a substância encontrada for veneno de rato, o fato de a vítima estar tomando vários remédios não vai alterar o resultado do laudo", diz Graff. Para ele -que prefere não fazer referência ao caso de Fernando Dutra Pinto-, até o teor de chumbo presente na água de uma instituição pode levar a uma infecção pulmonar. "Só o laudo toxicológico definirá as causas da morte."
Para o infectologista Vicente Amato Neto, professor emérito da Faculdade de Medicina da USP, Dutra Pinto poderia estar num processo de infecção mais amplo que o pulmonar.
"As manchas observadas pelo médico que cuidou dele podem ser um indicador de que uma infecção grave vinha se desenvolvendo", diz Amato. "A infecção, localizada no pulmão, poderia já estar instalada em outros órgãos. Nesses casos, não é de estranhar que a infecção tenha tido uma evolução fulminante, levando a uma septicemia e à morte."
Quanto aos riscos da carne de porco, os médicos ouvidos descartam uma intoxicação, já que outros detentos não foram afetados. Já uma reação alérgica ou por intolerância alimentar seria possível, já que dependeria do organismo de cada pessoa.
(AURELIANO BIANCARELLI)

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