São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2002

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Petrelluzzi nega segurança falha

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, negou ontem que o Estado tenha falhado na segurança de Fernando Dutra Pinto, mas admitiu que o governo não pode dar "garantia absoluta a seus custodiados".
"É lógico que o Estado tem o dever de garantir a segurança de seus custodiados. Mas eles não podem ter essa garantia absoluta de que nada acontecerá em lugar algum", disse o secretário.
A segurança de Dutra Pinto foi uma promessa do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para conseguir a libertação do apresentador de TV Silvio Santos.
Para Petrelluzzi, no entanto, as promessas de segurança de Alckmin valeram só para o momento da negociação na casa de Silvio Santos. "As garantias dadas a Fernando foram todas cumpridas e se referiam a ele se entregar naquele momento", disse.
Segundo o secretário, Dutra Pinto estava com medo de ser morto e, por isso, foi enviado a uma instituição na qual os presos não têm contato com policiais, o CDP do Belém.
"Então, quer dizer que qualquer pessoa que tiver morte natural, o Estado é o responsável? Vamos devagar. A polícia não teve contato com ele até esse momento e a gente não pode fazer acusações levianas", disse Petrelluzzi, apesar de ter frisado anteriormente que a morte por causa natural é apenas um indício de um exame preliminar feito por peritos do IML no corpo de Dutra Pinto.
Petrelluzzi também afirmou que a morte do sequestrador não vai prejudicar as investigações da polícia. "Eu ouvi muitas pessoas dizendo: "ele foi morto para não depor". Só que ele já tinha sido ouvido seja na Corregedoria [de Polícia", seja em juízo. A versão dele já foi formalizada", disse
Até o resultado dos exames toxicológicos do corpo de Dutra Pinto, a investigação policial fica em compasso de espera.
"Não podemos submeter ninguém ao constrangimento de um indiciamento ou coisa do gênero sem antes você ter prova de que a morte foi provocada. Mas essas conclusões serão muito rápidas, não vão demorar muito", afirmou Petrelluzzi. (GP)


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