São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2008

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Para perícia, balas perdidas não saíram dos morros

MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO

Os tiros que atingiram quatro das seis pessoas feridas por balas perdidas na queima de fogos no Réveillon de Copacabana, zona sul do Rio, não partiram dos morros próximos da região, segundo conclusão preliminar de peritos do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) divulgada ontem.
Para eles, a distância entre os morros, o local onde as vítimas foram atingidas e o fato dos disparos não serem de arma de grande porte -como um fuzil- sustentam a conclusão.
Os peritos disseram ainda que, pelas radiografias das balas alojadas nas vítimas, a arma usada é de curto alcance, possivelmente de calibre 380 ou 40.
Delegada-titular da 12ª DP (Leme), Martha Rocha, que investiga cinco dos seis casos, disse que os tiros têm trajetória descendente -podem ter vindo de um local alto ou terem sido disparados para cima, atingindo as vítimas em sua queda.
A policia apura se os tiros saíram de um prédio em uma rua transversal à avenida Atlântica (Copacabana), próxima do palco do show do Réveillon.
Também ontem, a quinta vítima dos disparos, a aposentada Vilma Santos, 64, depôs e participou de mais uma reconstituição do crime. Nervosa, ela não quis dar entrevista.
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse acreditar em irresponsabilidade de alguém que comemorava o Ano Novo.
"Tudo indica que essas balas não vieram dos morros e sim de algum irresponsável que usou uma arma atirando a esmo, em uma comemoração própria e inconseqüente, sem lembrar que 2 milhões de pessoas estavam na praia comemorando a passagem do ano em paz. Isso não é uma questão de segurança pública, e sim de desordem pública e caráter. Mesmo assim, a polícia vai continuar investigando os casos", afirmou.
No total, sete pessoas foram baleadas no Réveillon da zona sul -seis feridos por bala perdida, em Copacabana, e um morto em suposta briga. Em Ipanema, Elias Batista, 29, foi morto na noite de Réveillon por não dar passagem a seu assassino, dizem seus amigos. Ele foi enterrado anteontem.


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