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"Meio acadêmico é hipócrita"
DA REPORTAGEM LOCAL
Roberto da Silva, 47, é negro e
professor doutor da Faculdade de
Educação da USP desde 2002.
Formado em pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso, defende cotas raciais para professores por considerar a proposta "perfeitamente legítima".
"Se a USP e as outras universidades não criarem um sistema
que viabilize o acesso das pessoas
mais desfavorecidas nas carreiras
universitárias, o que vai acontecer
é a perpetuação do sistema de exclusão", afirma Silva.
Dentro do campus, o professor
diz que o preconceito é "velado".
"Existe o mínimo de respeito porque o professor está legitimado
no cargo que exerce por causa do
concurso público. Mas todos enfrentam algum tipo de racismo."
Opinião parecida tem o professor da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas)
Kabengele Munanga, 63. Ele afirma que o meio acadêmico é "hipócrita" e, por isso, diz que não há
um preconceito aberto.
Questionado se já foi alvo de algum problema na USP por ser negro, ele preferiu não responder diretamente. Afirmou apenas:
"Qualquer negro no Brasil sente
preconceito. Às vezes, por meio
de uma sutileza na fala das pessoas", declarou o docente, que é
vice-diretor do MAC (Museu de
Arte Contemporânea). Ele leciona na USP desde 1980.
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