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SAÚDE
Araraquara vai bancar programa de reeducação alimentar; inicialmente, 36 pessoas, sendo 18 crianças, serão atendidas
Cidade paulista adota plano contra obesos
KATIUCIA MAGALHÃES
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
A Prefeitura de Araraquara (273
km de São Paulo) lançou um programa de reeducação alimentar,
chamado Viva Leve, Leve Saúde,
para tentar reduzir o número de
obesos na cidade.
O coordenador de atividades
agroindustriais e segurança alimentar da prefeitura, Sinézio Inácio da Silva Júnior, 42, estima que
entre 15% e 20% da população de
Araraquara, que tem 182,4 mil habitantes, seja obesa.
De acordo com o Ministério da
Saúde, 8% dos brasileiros são
obesos, sendo que 70% do total
são mulheres. Ainda segundo o
ministério, 32% da população
corre risco de ter o problema.
Segundo o coordenador municipal dos programas de saúde,
Nestor Armando Rodriguez Rodriguez, 43, 36 pessoas, sendo 18
adultos e 18 crianças, todos pacientes do SUS (Sistema Único de
Saúde) e considerados obesos, foram selecionados para participar
inicialmente do programa, que
conta com médicos, psicólogos,
nutricionistas e professores de
educação física.
Antes de serem escolhidos, os
pacientes passaram por entrevistas nas UBSs (Unidades Básicas
de Saúde). "O programa ainda é
restrito e não podemos atender
muitas pessoas, por isso, houve a
necessidade de selecionar pacientes", disse.
A prefeitura atenderá a primeira
turma de inscritos durante três
meses, em 12 sessões, sempre às
segundas-feiras. Na primeira fase
dos atendimentos, os pacientes
passarão pelo NGA (Núcleo de
Gestão Assistencial), onde terão
consultas com endocrinologistas,
que irão acompanhar e orientar o
início do tratamento.
Em seguida, os pacientes serão
encaminhados para o Centro de
Reabilitação de Araraquara, onde
serão atendidos por psicólogos,
nutricionistas e professores de
educação física.
Programa nas escolas
O combate à obesidade não é
inédito na cidade. Em novembro
do ano passado, a prefeitura implantou o projeto Alimentando
Saúde nas escolas e creches da rede municipal, após uma pesquisa
ter apontado que 8% (680) de
8.500 crianças, com idades entre
três e dez anos, eram obesas.
Segundo Silva, a prefeitura teve
o apoio de entidades privadas como o Uniara (Centro Universitário de Araraquara) e a empresa de
alimentos Nutrire, que cedeu os
profissionais de nutrição que elaboraram os cardápios das merendas escolares.
De acordo com Silva Júnior, a
prefeitura observou que, com o
programa implantado nas escolas, a prevenção da obesidade ajudou a evitar doenças como diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares, arteriosclerose e câncer de
mama e de próstata.
Com a diminuição da incidência de doenças, Silva Júnior afirma que a prefeitura economiza
com remédios e complicações cirúrgicas decorrentes de diabetes e
do excesso de gordura.
Segundo ele, um dos maiores
objetivos alcançados com o programa na escola foi a aproximação dos pais das crianças em tratamento com os nutricionistas.
"Os pais, que muitas vezes também sofrem com a obesidade,
perderam a vergonha e passaram
a pedir orientações sobre tratamentos. Por isso, a prefeitura está
fazendo um programa para atender adultos também", disse.
Para ele, o atendimento das
crianças nas escolas quebrou a
barreira e o preconceito que as
pessoas tinham de admitir a obesidade e procurar tratamento.
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