São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2004

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DROGAS

Objetivo é conhecer experiências de outros países

Seminário internacional discutirá legalização da maconha no Brasil

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O governo federal realizará um seminário, em junho, para ouvir as experiências de outros países na flexibilização das leis sobre drogas -em especial a maconha.
No Brasil, a cerimônia de divulgação do documento ocorreu no Palácio do Planalto. Durante evento para lançamento do relatório anual da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre drogas, no Palácio do Planalto, o secretário nacional Antidrogas, general Paulo Roberto Uchôa, afirmou que quase 7% da população brasileira já experimentou algum tipo de entorpecente.
A Secretaria Nacional Antidrogas, ligada ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, fará um seminário internacional em junho em que as autoridades responsáveis pelas políticas antidrogas de sete países (Canadá, Reino Unido, Portugal, Suíça, Suécia, Itália e Holanda) falarão sobre suas experiências -na Holanda, por exemplo, existem cafés que vendem cigarros de maconha para consumo restrito aos próprios estabelecimentos.
"Essa discussão [da legalização da maconha] é um fenômeno que ocorre no mundo inteiro, mas ainda de forma incipiente", disse o secretário. Uchôa diz que não há posição oficial sobre legalização da maconha.
Na edição deste ano do relatório sobre o combate mundial aos entorpecentes, a ONU citou o Brasil para comprovar a existência de uma relação direta entre as drogas e a violência.
Segundo o documento, "dos quase 30 mil homicídios registrados a cada ano [no Brasil], grande parte está ligada ao uso e ao tráfico de drogas".
O relatório foi elaborado pela Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, da ONU, e é referente ao ano passado.
Apesar de ser elogiado pela iniciativa de adotar penas alternativas para usuários, o Brasil é mencionado no relatório das Nações Unidas por causa de episódios em 2003 em que "traficantes de drogas desafiaram as autoridades locais de algumas cidades e perturbaram a paz pública".
Para o secretário Uchôa, são poucas as cidades em que os traficantes desafiam a segurança pública. "O que acontece no Rio não pode ser generalizado."
A maconha continua sendo a droga ilícita mais usada em todos os continentes. Segundo a ONU, o Brasil está entre os dez países onde foram feitas as maiores apreensões de maconha no ano passado. Metade de toda a droga apreendida na América do Sul foi no país. Para o general Uchôa, o dado "não é alarmante" pelo tamanho do país.
(RICARDO WESTIN)


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