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DROGAS
Objetivo é conhecer experiências de outros países
Seminário internacional discutirá legalização da maconha no Brasil
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O governo federal realizará um
seminário, em junho, para ouvir
as experiências de outros países
na flexibilização das leis sobre
drogas -em especial a maconha.
No Brasil, a cerimônia de divulgação do documento ocorreu no
Palácio do Planalto. Durante
evento para lançamento do relatório anual da ONU (Organização
das Nações Unidas) sobre drogas,
no Palácio do Planalto, o secretário nacional Antidrogas, general
Paulo Roberto Uchôa, afirmou
que quase 7% da população brasileira já experimentou algum tipo
de entorpecente.
A Secretaria Nacional Antidrogas, ligada ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
da República, fará um seminário
internacional em junho em que as
autoridades responsáveis pelas
políticas antidrogas de sete países
(Canadá, Reino Unido, Portugal,
Suíça, Suécia, Itália e Holanda) falarão sobre suas experiências
-na Holanda, por exemplo, existem cafés que vendem cigarros de
maconha para consumo restrito
aos próprios estabelecimentos.
"Essa discussão [da legalização
da maconha] é um fenômeno que
ocorre no mundo inteiro, mas
ainda de forma incipiente", disse
o secretário. Uchôa diz que não há
posição oficial sobre legalização
da maconha.
Na edição deste ano do relatório
sobre o combate mundial aos entorpecentes, a ONU citou o Brasil
para comprovar a existência de
uma relação direta entre as drogas
e a violência.
Segundo o documento, "dos
quase 30 mil homicídios registrados a cada ano [no Brasil], grande
parte está ligada ao uso e ao tráfico de drogas".
O relatório foi elaborado pela
Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, da ONU, e
é referente ao ano passado.
Apesar de ser elogiado pela iniciativa de adotar penas alternativas para usuários, o Brasil é mencionado no relatório das Nações
Unidas por causa de episódios em
2003 em que "traficantes de drogas desafiaram as autoridades locais de algumas cidades e perturbaram a paz pública".
Para o secretário Uchôa, são
poucas as cidades em que os traficantes desafiam a segurança pública. "O que acontece no Rio não
pode ser generalizado."
A maconha continua sendo a
droga ilícita mais usada em todos
os continentes. Segundo a ONU, o
Brasil está entre os dez países onde foram feitas as maiores
apreensões de maconha no ano
passado. Metade de toda a droga
apreendida na América do Sul foi
no país. Para o general Uchôa, o
dado "não é alarmante" pelo tamanho do país.
(RICARDO WESTIN)
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