|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Motocicletas eram alvo de M.C., 17
DA REPORTAGEM LOCAL
O pai que trabalhava de
"chapa" (descarregador de caminhões) e a mãe dona-de-casa não tinham dinheiro suficiente para sustentar os oito filhos, na casa pobre em Rio Claro, no interior de São Paulo.
Quando a situação ficou crítica, M.C., 17, foi procurar emprego. Buscou por um mês trabalho como "servente, essas
coisas", mas nada. Passou a pedir dinheiro de porta em porta,
mas nada. "Aquelas pessoas ricas diziam: "Não tenho", dava
um nó na carne."
Sem emprego e sem dinheiro, foi então que o jovem começou a roubar motos, "na micha" -com uma espécie de
chave falsa. De vez em quando,
fazia pequenos furtos em mercados, pegando objetos.
O caminho para a Febem do
Tatuapé, onde está desde outubro do ano passado, apareceu
quando, com um irmão mais
velho e outro mais novo, decidiram assaltar uma auto-escola. Os três usaram uma arma de
brinquedo e tremiam tanto que
o dono desconfiou. A polícia
chegou, os três correram, mas
foram pegos. O mais velho está
na cadeia, e o mais novo foi internado na Febem em Iaras, no
interior do Estado.
Hoje, M. faz a fase dois do
curso de mecânico, profissão
que quer seguir após deixar a
instituição. Está na segunda série. Não sabe ler nem escrever.
Texto Anterior: Para secretário, repressão está no limite Próximo Texto: V.A.,18, dava golpe em shopping Índice
|