São Paulo, domingo, 04 de abril de 2004

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Motocicletas eram alvo de M.C., 17

DA REPORTAGEM LOCAL

O pai que trabalhava de "chapa" (descarregador de caminhões) e a mãe dona-de-casa não tinham dinheiro suficiente para sustentar os oito filhos, na casa pobre em Rio Claro, no interior de São Paulo.
Quando a situação ficou crítica, M.C., 17, foi procurar emprego. Buscou por um mês trabalho como "servente, essas coisas", mas nada. Passou a pedir dinheiro de porta em porta, mas nada. "Aquelas pessoas ricas diziam: "Não tenho", dava um nó na carne."
Sem emprego e sem dinheiro, foi então que o jovem começou a roubar motos, "na micha" -com uma espécie de chave falsa. De vez em quando, fazia pequenos furtos em mercados, pegando objetos.
O caminho para a Febem do Tatuapé, onde está desde outubro do ano passado, apareceu quando, com um irmão mais velho e outro mais novo, decidiram assaltar uma auto-escola. Os três usaram uma arma de brinquedo e tremiam tanto que o dono desconfiou. A polícia chegou, os três correram, mas foram pegos. O mais velho está na cadeia, e o mais novo foi internado na Febem em Iaras, no interior do Estado.
Hoje, M. faz a fase dois do curso de mecânico, profissão que quer seguir após deixar a instituição. Está na segunda série. Não sabe ler nem escrever.


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