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Para administração Lula, eficácia dos programas implantados vai ajudar a deter aumento da criminalidade
Governo aposta em transferência de renda
DA REPORTAGEM LOCAL
A secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ana Fonseca, afirma que, além dos projetos de segurança pública, o governo Lula está combatendo a criminalidade com ações sociais.
Exemplifica sua tese citando os
programas de transferência de
renda, como o Agente Jovem, o
Bolsa-Família e o Peti (ação de erradicação do trabalho infantil).
O Bolsa-Família, adotado desde
outubro de 2003, é o resultado da
unificação de quatro programas
-Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Vale-Gás e Cartão-Alimentação-, pelo qual o governo repassa de R$ 15 a R$ 95 aos beneficiados. Até o final do ano passado
eram atendidas 3,6 milhões de famílias em todo o país.
O Peti deve atender 810 mil jovens em 2.606 municípios brasileiros. Já o programa Agente Jovem, que dá bolsas de estudo a
pessoas de 15 a 17 anos expostas a
situação de risco social, atende 57
mil pessoas no país -sendo 15
mil só em São Paulo.
Ana Fonseca diz que esses programas de transferência de renda
"reduzem a pressão das famílias
para que esses jovens deixem a escola e tenham de ingressar no
mercado de trabalho prematuramente". É, em suas palavras, um
"trabalho preventivo". Para ela,
não há uma geração perdida. "Há,
sim, uma geração desesperançada. Mas temos que disputar cada
criança com o tráfico."
Outros fatores
Nome forte do governo Lula na
área social, Ana Fonseca diz que é
preciso considerar os outros fatores que geram os crimes. "Há
muitos ingredientes além do desemprego, como a má distribuição de renda, o racismo e a baixa
escolaridade. E temos lutado em
várias frentes", afirma.
Técnicos da Secretaria Nacional
da Segurança Pública, do Ministério da Justiça, compartilham dessa opinião. Dizem que "o desemprego não leva necessariamente
ao aumento da criminalidade".
Citam estudo que mostra uma
maior incidência de roubos em
Estados com melhor índice de desenvolvimento humano.
Os mesmos técnicos, no entanto, concordam que as ações sociais mais eficazes para combater
a violência (como o estímulo à geração de renda) são feitas em
áreas violentas das metrópoles.
Prefeitura de São Paulo
O secretário de Segurança Urbana da Prefeitura de São Paulo,
Benedito Mariano, reagiu às críticas do secretário da Segurança
Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho à condução da
Guarda Civil Metropolitana.
"Ele [Saulo] tem uma visão simplista e reacionária de segurança
pública que não valoriza a prevenção e só quer caçar criminosos. A guarda municipal vai aumentar para inibir o crime, com
um efetivo que chegará a 8.000 até
o final do ano. Para quem se coloca como pré-candidato a prefeito,
Saulo precisa conhecer mais da
realidade de São Paulo", afirmou.
Mariano também criticou o governo estadual por restringir o
acesso ao Infocrim (banco de dados sobre ocorrências criminais).
"É difícil planejar a ação da
GCM (Guarda Civil Metropolitana) se não sabemos com precisão
onde e como ocorrem os crimes e
quem são as vítimas preferenciais", disse.
(FABIO SCHIVARTCHE)
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