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Ministro pretende se blindar dos problemas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de meses de desgaste
com a reforma ministerial que
por ora não aconteceu, o ministro
Humberto Costa (Saúde) pretende agora, com essa proposta de
responsabilização sanitária, blindar-se dos problemas na execução dos programas de saúde. Diz
que é hora de colher resultados,
esperando que sua pasta seja vitrine nas eleições de 2006.
Segundo ele, a nova lei ajudaria
a evitar que o governo federal ficasse com o rótulo de incompetente toda vez que houvesse falha
político-administrativa no setor.
"Como as pessoas não sabem
muito bem qual é o papel de cada
ente da federação, sempre de alguma forma sobra para todos.
Um problema que aconteceu no
interior do Amazonas, de alguma
forma, vai terminar batendo na
porta do ministério, porque alguém vai dizer que faltou dinheiro, faltou remédio", afirmou.
Na linha de cada um com sua
culpa, o ministro esteve na semana passada no Congresso para explicar o desabastecimento de anti-retrovirais (medicamentos para pacientes com Aids) em fevereiro. Culpou os laboratórios públicos, que também vêm falhando
com remédios para hipertensão e
diabetes, segundo ele.
Com a responsabilização sanitária, o ministério escapa também
de danos com dificuldades no
programa Saúde da Família, no
qual as prefeituras não conseguem contratar agentes ou ampliar equipes. O controle da hanseníase, ainda fraco, também ganharia contornos municipais.
Fila no hospital
O plano é amenizar os problemas mais perenes e imediatos da
saúde pública: filas nos hospitais e
falta de remédio.
"Não estamos enganando ninguém, fila sempre vai ter. Vamos
sanar os principais gargalos para
que a coisa seja minimamente civilizada", disse Costa.
Dois carros-chefes da pasta
também funcionam nesse sentido. O Samu, programa de atendimento voltado a urgências e
emergências, anda em ritmo acelerado, superando as metas de
compra de ambulâncias e atendimentos. A idéia é implantar em
breve um projeto semelhante,
mas focando em atendimentos
menos emergenciais.
O Farmácia Popular, porém,
têm desempenho pífio por enquanto. O governo quer implantar 330 unidades até o final do
ano, mas só foram abertas 39. O
projeto é importante porque, desvinculado dos remédios distribuídos diretamente pelo SUS, quer
atender a população que compra
seus próprios medicamentos,
mas sente o peso no orçamento.
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