São Paulo, segunda-feira, 04 de abril de 2005

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Ministro pretende se blindar dos problemas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de meses de desgaste com a reforma ministerial que por ora não aconteceu, o ministro Humberto Costa (Saúde) pretende agora, com essa proposta de responsabilização sanitária, blindar-se dos problemas na execução dos programas de saúde. Diz que é hora de colher resultados, esperando que sua pasta seja vitrine nas eleições de 2006.
Segundo ele, a nova lei ajudaria a evitar que o governo federal ficasse com o rótulo de incompetente toda vez que houvesse falha político-administrativa no setor.
"Como as pessoas não sabem muito bem qual é o papel de cada ente da federação, sempre de alguma forma sobra para todos. Um problema que aconteceu no interior do Amazonas, de alguma forma, vai terminar batendo na porta do ministério, porque alguém vai dizer que faltou dinheiro, faltou remédio", afirmou.
Na linha de cada um com sua culpa, o ministro esteve na semana passada no Congresso para explicar o desabastecimento de anti-retrovirais (medicamentos para pacientes com Aids) em fevereiro. Culpou os laboratórios públicos, que também vêm falhando com remédios para hipertensão e diabetes, segundo ele.
Com a responsabilização sanitária, o ministério escapa também de danos com dificuldades no programa Saúde da Família, no qual as prefeituras não conseguem contratar agentes ou ampliar equipes. O controle da hanseníase, ainda fraco, também ganharia contornos municipais.

Fila no hospital
O plano é amenizar os problemas mais perenes e imediatos da saúde pública: filas nos hospitais e falta de remédio.
"Não estamos enganando ninguém, fila sempre vai ter. Vamos sanar os principais gargalos para que a coisa seja minimamente civilizada", disse Costa.
Dois carros-chefes da pasta também funcionam nesse sentido. O Samu, programa de atendimento voltado a urgências e emergências, anda em ritmo acelerado, superando as metas de compra de ambulâncias e atendimentos. A idéia é implantar em breve um projeto semelhante, mas focando em atendimentos menos emergenciais.
O Farmácia Popular, porém, têm desempenho pífio por enquanto. O governo quer implantar 330 unidades até o final do ano, mas só foram abertas 39. O projeto é importante porque, desvinculado dos remédios distribuídos diretamente pelo SUS, quer atender a população que compra seus próprios medicamentos, mas sente o peso no orçamento.


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