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Padre pode se tornar 1º beato japonês do Brasil
DA ENVIADA ESPECIAL
O monsenhor Domingos
Chohati Nakamura, um dos
pioneiros padres japoneses que
chegaram ao Brasil no início do
século 20, pode se tornar o primeiro beato japonês do país.
A Congregação das Causas
dos Santos do Vaticano recebeu
de bispos brasileiros, há dois
meses, uma proposta de beatificação do monsenhor, que viveu em Álvares Machado, interior paulista. A história do religioso ganhou o centro de pesquisas Monsenhor Nakamura
na cidade de 22,8 mil habitantes, que torce pela beatificação.
A história de Nakamura começou no país em 1923, quando o governo solicitou que o Japão enviasse um padre para atender às famílias de imigrantes japoneses que eram católicas e não falavam português.
"Nakamura aceitou o desafio
de, aos 60 anos, percorrer uma
área praticamente de mata, só
cortada pelos trilhos de trem",
disse o presidente do centro,
Francisco Haruo Hirata, 68.
"Ele ia de mula batizando, fazendo casamentos. Nesse estilo, creio ser o primeiro e único
missionário da época", disse o
bispo Dom José Maria Libório
Camino Saracho, da diocese de
Presidente Prudente.
O padre morreu no ano de
1940 e não foi enterrado no cemitério japonês. Hirata afirma
que houve um apelo de moradores para que o corpo fosse
para o cemitério municipal,
porque "ele era o padre dos japoneses e dos brasileiros".
O processo traz relatos de ao
menos dois milagres: um deles
é o do aposentado Baptista
Lustre, 86. Lustre conta que o
filho, com 12 anos, estava em
coma. "Pedi à Nossa Senhora, a
São José e ao padre Nakamura
que o salvassem." O menino sobreviveu e, hoje, tem 48 anos.
O aposentado diz acreditar
na beatificação: "Se Deus não
considerasse a santidade do padre Nakamura, não teria concedido essa graça".
(JC)
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