São Paulo, domingo, 04 de maio de 2008

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Padre pode se tornar 1º beato japonês do Brasil

DA ENVIADA ESPECIAL

O monsenhor Domingos Chohati Nakamura, um dos pioneiros padres japoneses que chegaram ao Brasil no início do século 20, pode se tornar o primeiro beato japonês do país.
A Congregação das Causas dos Santos do Vaticano recebeu de bispos brasileiros, há dois meses, uma proposta de beatificação do monsenhor, que viveu em Álvares Machado, interior paulista. A história do religioso ganhou o centro de pesquisas Monsenhor Nakamura na cidade de 22,8 mil habitantes, que torce pela beatificação.
A história de Nakamura começou no país em 1923, quando o governo solicitou que o Japão enviasse um padre para atender às famílias de imigrantes japoneses que eram católicas e não falavam português.
"Nakamura aceitou o desafio de, aos 60 anos, percorrer uma área praticamente de mata, só cortada pelos trilhos de trem", disse o presidente do centro, Francisco Haruo Hirata, 68.
"Ele ia de mula batizando, fazendo casamentos. Nesse estilo, creio ser o primeiro e único missionário da época", disse o bispo Dom José Maria Libório Camino Saracho, da diocese de Presidente Prudente.
O padre morreu no ano de 1940 e não foi enterrado no cemitério japonês. Hirata afirma que houve um apelo de moradores para que o corpo fosse para o cemitério municipal, porque "ele era o padre dos japoneses e dos brasileiros".
O processo traz relatos de ao menos dois milagres: um deles é o do aposentado Baptista Lustre, 86. Lustre conta que o filho, com 12 anos, estava em coma. "Pedi à Nossa Senhora, a São José e ao padre Nakamura que o salvassem." O menino sobreviveu e, hoje, tem 48 anos.
O aposentado diz acreditar na beatificação: "Se Deus não considerasse a santidade do padre Nakamura, não teria concedido essa graça". (JC)

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