DO "AGORA"

Um grupo de 20 presos aproveitou ontem o jogo de estréia da seleção na Copa para fugir do Centro de Detenção Provisória de Osasco, na Grande São Paulo. Um dos fugitivos foi morto por um policial militar que estava de folga e dois foram recapturados.
Assim que a partida entre Brasil e Turquia teve início, às 6h, o grupo entrou em um túnel -de quase 30 metros de extensão.
Os vigias das guaritas chegaram a atirar contra os fugitivos, mas ninguém foi atingido. Os presos correram até a portaria da frente, que estava sem vigias, e tiveram acesso a uma estrada de terra.
Os 20 presos correram cerca de 400 metros até a rodovia Raposo Tavares. Atravessaram uma passarela e, na pista sentido interior, na altura do km 20, um dos fugitivos deu sinal para um ônibus, enquanto os demais se esconderam atrás de um barranco.
Quando o ônibus linha Alphaville-Cotia parou, ele entrou e, com a mão sob a camisa, simulando estar armado, anunciou que o ônibus "estava sendo dominado".
Os demais fugitivos começaram a entrar no veículo. Cerca de 15 a 20 passageiros estavam no ônibus, entre eles um policial militar, cujo nome não foi divulgado.
Armado, o PM, que não estava fardado, se apresentou como policial. De acordo com ele, o fugitivo Brivaldo Francisco dos Santos, 38, o ameaçou com um estilete improvisado. O policial disse que chegou a dar um tiro de advertência, mas o preso continuou em sua direção. O policial atirou no peito de Brivaldo dos Santos, que acabou morrendo.
Os demais presos deixaram o ônibus. Mas Emiliano Vieira da Cunha Neto, 24, e Francisco Antonio Cesario da Silva, 26, acabaram presos. Um deles foi dominado pelo policial logo após Santos ser morto e o outro fingiu ser um dos passageiros do veículo.
Os dois foram levados ao 2º DP de Osasco. "Queríamos assistir ao jogo [do Brasil" em casa, mas não deu", disse Silva.
De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária, Santos estava preso por roubo e estava no presídio de Osasco desde o último dia 8 de maio. O CDP 1 de Osasco abriga 1.073 presos, mas tem capacidade para 768.

Falta de funcionários
A secretaria confirmou a falta de funcionários no CDP 1 de Osasco. Segundo a secretaria, no momento da fuga havia 13 agentes penitenciários na unidade, incluindo um na portaria.
O secretário Nagashi Furukawa, por meio de sua assessoria, afirmou que "não é um número grande, mas não é insuficiente". Ele confirma a transferência de funcionários dos CDPs da Grande São Paulo para presídios inaugurados no interior do Estado.
A secretaria informou ainda que serão intensificadas as revistas no presídio, o que deverá reduzir o número de fugas do local.



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