São Paulo, quinta-feira, 04 de junho de 2009

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Avião pode ter caído por falha estrutural, afirma especialista

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Diretor-presidente da entidade de aviação civil Fly Training Center e chefe dos pilotos da Jet Set Brasil Táxi Aéreo, Luís Guilherme Andrade, 37, diz que uma falha estrutural grave pode ter derrubado o avião, embora creia que a causa jamais será descoberta.
Ele voou dezenas de vezes na rota Rio-Europa sem ter notado turbulência ou alteração meteorológica importante que colocasse em risco o avião.

 

FOLHA - O sr. já passou alguma dificuldade na rota?
LUÍS GUILHERME ANDRADE
- Ela não tem nada demais, é normal, rotineira. Tem turbulência como em qualquer outra rota.

FOLHA - O que pode ter ocorrido?
ANDRADE
- Os pilotos não tiveram tempo de alertar sobre nenhuma pane. Acho que teve um dano estrutural grave.

FOLHA - Uma coisa tão repentina que não deu tempo de reagirem?
ANDRADE
- Provavelmente essa falha gerou perda de pressurização. Como a aeronave estava alta, a perda de pressurização pode ter sido explosiva, você perde o oxigênio em fração de segundos. Piloto e passageiros têm poucos segundos para pôr a máscara. Eles podem ter perdido a consciência e não conseguiram mandar mensagem.

FOLHA - Essa falha estrutural o sr. vincula à turbulência?
ANDRADE
- Não acredito que a turbulência tenha causado uma falha estrutural.

FOLHA - É possível que granizo tenha atingido a cabine dos pilotos?
ANDRADE
- É possível. Se ele entrou numa formação meteorológica pesada, pode ter gelo, pedras grandes. Ele pode ter sido atingido por uma pedra de gelo, mas é pouco provável que um piloto entre numa condição dessa, porque o radar o informaria. A não ser que tenha uma pane de radar.

FOLHA - O radar não funcionava e ele não reparou?
ANDRADE
- Às vezes o radar dá informação com defeito e você não consegue detectar que é falsa. Às vezes, diz que a formação meteorológica é leve e na verdade é pesada, porque o radar está com defeito. Um acidente é um conjunto de fatores.


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