São Paulo, quinta, 4 de junho de 1998

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OUTRO LADO
Deputado nega acusações

da Agência Folha, em Rio Branco

O deputado estadual e coronel da PM Hildebrando Pascoal (PFL) disse à Agência Folha que está "com saco cheio e nojo" de falar a respeito das investigações sobre os grupos de extermínio de Rio Branco.
Pascoal é apontado nas investigações da subcomissão federal como um dos responsáveis diretos por pelo menos três mortes e por acobertar crimes de policiais militares.
Convidado pela subcomissão em 2 de fevereiro último a depor sobre o assunto, Pascoal não compareceu, alegando que a subcomissão não tinha validade jurídica.
"Não tenho nada a declarar. Tem coisa mais importante para você procurar por aí", disse o coronel, aconselhando a reportagem, de forma irônica, a procurar o presidente do Tribunal de Justiça, Gercino José da Silva Filho, cujas denúncias motivaram a criação da subcomissão. "Vá procurar ele (o presidente do TJ)", disse o deputado, por telefone.
Procurado pessoalmente na semana passada pela reportagem na Assembléia Legislativa, Pascoal não foi encontrado. O deputado disse ontem que está em campanha e por isso mantém seu gabinete fechado.
Em um discurso na assembléia no ano passado, o deputado disse que as denúncias eram "uma fantasia do presidente do Tribunal de Justiça".
Ele afirmou que o presidente deveria ser processado por calúnia e ainda pediu a demissão do comandante-geral da Polícia Militar e do Secretário de Segurança Pública, por não defenderem seus subordinados.
O primo do deputado, Aureliano Pascoal, também coronel, depôs na subcomissão e negou envolvimento com esquadrões e participação em assassinatos de suspeitos.



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