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CRIME
"Não vai doer nada', teria dito garoto de 15 anos ao atirar no irmão de 12
Briga de irmãos termina
em morte em Manaus
da Agência Folha, em Manaus
Uma possível briga entre dois irmãos
adolescentes terminou em morte na
volta da escola anteontem em Manaus.
O garoto F.B.P.N., 12, foi assassinado
próximo de sua casa no final da manhã, no bairro Lírio do Vale. O acusado
é seu irmão, E.M.P. 15. O crime teria
ocorrido na presença da menina Z.P.N.,
10, irmã dos dois garotos, segundo a
Polícia Civil.
"Vou te dar um tiro, mas não vai
doer nada", teria dito E.M.P. ao
apontar a arma para o irmão, possivelmente uma pistola calibre 22,
de acordo com o depoimento da
menina. O tiro atingiu o coração e
o pulso direito de Felipe, que morreu duas horas após ser socorrido.
As circunstâncias do assassinato
não foram ainda esclarecidas pela
polícia. A ocorrência foi registrada
na Delegacia de Homicídios e Sequestros, mas ontem foi remetida
à Delegacia de Proteção à Criança
e ao Adolescente.
Os dois garotos são filhos de mulheres diferentes com as quais o
policial civil Raimundo Tadeu
Pinto, 36, foi casado. E.M.P. está
foragido, mas ontem telefonou
para a casa de sua mãe, Cleicijane.
Segundo ela informou à polícia,
o garoto não explicou como conseguiu a arma nem o motivo de ter
disparado contra o irmão.
Cíntia Pinto, 30, irmã do policial, disse ontem à Agência Folha
que a família espera a volta do garoto para decidir quando irão
apresentá-lo à polícia.
A família está disposta a responsabilizar o Estado pelo crime. O
advogado Marcos Pinto, 34, tio
dos garotos, argumenta que o crime foi consequência das dificuldades financeiras enfrentadas por
seu irmão para sustentar os filhos.
O policial Raimundo Pinto, por
determinação do secretário da Segurança, Klinger Costa, está suspenso de suas atividades há dez
meses. Costa disse que vai demiti-lo por recomendação da Corregedoria de Polícia. "O inquérito
administrativo concluiu que o policial, junto com dois colegas, invadiu, sem autorização, a casa de
um ex-presidiário", disse.
A Agência Folha não conseguiu
localizar o policial civil ontem.
Costa disse que mandou suspender apenas o pagamento da gratificação por exercício policial (GEP).
Costa não soube informar qual o
valor da gratificação. A Agência
Folha teve acesso ao último holerite de Raimundo. Seu salário foi reduzido de R$ 1.500 para R$ 21,32.
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