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Pai de Ives Ota lança fundação
com nome do filho assassinado
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
O pai do garoto Ives Ota, 8, Massataka Ota, disse ontem -dia seguinte à divulgação da condenação a mais de 43 anos de prisão ao
motoboy e aos dois PMs envolvidos no sequestro e morte de seu
filho, em agosto de 1997- que
criará uma fundação com objetivo
de ajudar crianças carentes.
"Vamos abrir a Fundação Movimento Paz e Justiça Ives Ota, que
receberá doações para ajudar as
crianças carentes", afirmou.
Na casa onde a família morava e
onde Ives foi sequestrado, na tarde
do dia 29, na Vila Carrão (zona sudeste de São Paulo) já funciona
um escritório que recebe as folhas
do abaixo-assinado organizado
por Massataka e que propõe alterações no Código Penal Brasileiro,
entre elas, a implantação de prisão
perpétua agrícola para os crimes
hediondos.
Perdão
Massataka e sua mulher, Keiko,
disseram que perdoam os assassinos de Ives. "Como eu perdoei os
assassinos, Deus nos mandou
uma recompensa: Keiko está grávida de cinco meses", disse Ota.
"Há sete anos nós queríamos esse filho que não vinha. Foi um presente de Deus, que sabia que Ives
tinha de partir para nos dar outra
criança. A notícia da gravidez foi
mais confortante do que da condenação dos acusados", disse Keiko.
Segundo ela, "os espíritas dizem
que a nova criança terá o espírito
de Ives". O casal deve saber no
próximo mês o sexo da criança.
O casal disse que as penas impostas pela Justiça -entre 43 e 45
anos de prisão- aos réus foram
justas e que se surpreenderam
com a rapidez da condenação.
"Recebi com surpresa a notícia
da condenação. Não esperava que
seria tão rápida. Soube da sentença depois de rezar e cantar parabéns para Ives, que ontem (anteontem) completaria 9 anos",
contou Massataka. No mesmo dia,
a irmã de Ives, Vanessa, completou 12 anos.
"Acho que foi porque pedimos
ajuda a um grande advogado,
Deus", completou o pai de Ives.
Segundo Massataka, "os anos
em que os assassinos permanecerão na prisão servirão para que
eles possam refletir bastante e pedir a reconciliação com Deus".
"Eu tinha medo que a Justiça falhasse, como já ocorreu em outros
casos. A Justiça brasileira deu um
bom exemplo nesse caso", afirmou Massataka.
O pai de Ives disse que já recolheu 2 milhões de assinaturas pedindo alteração do Código Penal.
Massataka precisa de 5 milhões de
assinaturas para encaminhar a
proposta ao Congresso.
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