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SAÚDE
Nos primeiros dias, o medicamento que auxilia a ereção praticamente ficou encalhado nas farmácias de São Paulo
Viagra tem baixa performance de venda
RENATO KRAUSZ
da Reportagem Local
O volume de distribuição do
Viagra, a pílula contra impotência, bateu recordes na cidade de
São Paulo entre os remédios de
lançamento, mas a venda para o
consumidor na farmácia não obteve o mesmo sucesso.
Na rede da Drogaria São Paulo,
que tem 143 lojas no Estado, nenhuma das 3.000 caixas compradas foi vendida na segunda-feira,
primeiro dia de venda. A rede não
fechou o balanço dos outros dias.
A rede Droga Raia comprou da
Pfizer 1.200 caixas de Viagra -as
grandes redes adquirem o produto
direto do laboratório- e vendeu
cerca de 140 entre segunda-feira e
anteontem, 70 em cada dia.
Como a rede tem 70 farmácias
no Estado, dá uma média de venda
de uma caixa por dia para cada loja. Para o gerente de marketing da
rede, André Elias Gonçalves, o
movimento até foi considerado
bom por se tratar de um remédio
caro e que só é vendido com retenção da receita médica.
A Pfizer do Brasil não divulga
balanços de venda nem os nomes
das distribuidoras credenciadas,
alegando motivos éticos e de segurança. A Folha apurou que quatro
distribuidoras foram responsáveis
pela colocação do remédio na capital -Mercantil Farmed, Santa
Cruz, Panarello e Predimar.
Cada uma delas distribuiu cerca
5.000 caixas do Viagra na cidade,
quando, no geral, a distribuição
inicial de um remédio recém-lançado atinge 1.500 unidades.
Para diretores das distribuidoras, a obrigatoriedade de se reter a
receita médica fez com que o produto ficasse preso nas prateleiras.
Segundo o diretor comercial da
distribuidora Panarello, Sérgio
Comunale, os farmacêuticos têm
reclamado que o produto ficou no
estoque. "Mesmo os locais abastecidos na sexta-feira ainda não fizeram pedidos de reposição. Tenho mais um lote para receber da
Pfizer e tenho certeza que ele vai
ficar estocado aqui", afirma.
Comunale acredita que, nesta
primeira semana, os consumidores devem estar procurando os
médicos para obter a receita e só
depois efetuar a compra.
"Normalmente, o farmacêutico
só compra um remédio recém-lançado após começar a receber as receitas. Com o Viagra foi
diferente, a compra foi feita antes.
Mas a demanda do consumidor
ainda não ocorreu", diz o comprador da distribuidora Santa
Cruz, Ronaldo Theodoro dos Reis.
Para o diretor da Mercantil Farmed, Nicolau Cury, a vendas devem aumentar na medida em que
os médicos fizerem as prescrições.
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