São Paulo, quinta, 4 de junho de 1998

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Remédio encalha em Sorocaba


da Agência Folha, em Bauru

O Viagra está sobrando nas farmácias de Sorocaba (SP). As farmacêuticos que têm o produto não estão conseguindo boas vendas.
"Pelo que foi comentado na mídia, pelo que se falou do produto, esperávamos vender bem mais. As vendas estão abaixo das nossas expectativas", afirmou Rogério Lopes Jr., coordenador de marketing da Associação dos Farmacêuticos de Sorocaba.
Uma das cinco grandes redes de farmácia da cidade, a Farma Ponte, está vendendo o produto com 30% de desconto. O desconto foi anunciado em jornais da cidade.
A caixa do Viagra, normalmente vendida a R$ 54, está saindo por R$ 38 nas 18 lojas da rede instaladas em Sorocaba (82 quilômetros a oeste de São Paulo).

Médicos

Lopes disse que a dificuldade de o brasileiro conseguir frequentar um médico por causa do baixo poder aquisitivo é um dos fatores que dificultam a venda do Viagra.
"Nós, farmacêuticos, estávamos discutindo isso. Para se ir ao médico e fazer os exames, se gasta em torno de R$ 250. Com o produto, são mais de R$ 300. É caro para o padrão do brasileiro de baixa renda", acredita.
Outro motivo que, segundo o diretor de marketing da associação dos farmacêuticos, dificulta as vendas, é o "preconceito do homem latino de meia idade em admitir a impotência sexual".
Segundo Lopes, as 150 farmácias de Sorocaba não venderam nem 10% do estoque do produto desde sábado passado, quando o Viagra passou a ser vendido na cidade.
Já o gerente de uma das lojas da Farma Ponte, Jorge Valdinei, disse que as vendas do produto começaram a melhorar com o desconto de 30% oferecido pela rede de farmácias.
Segundo ele, cada uma das 18 lojas da Farma Ponte em Sorocaba está vendendo em média cinco caixas do produto. O remédio só é vendido com receita médica.

Estoque

"A rede comprou um grande estoque e por isso consegue oferecer um bom desconto. Mas temos produto para vender ainda por muito tempo", afirmou.
Lopes afirmou que os homens com idade superior a 50 anos são os que mais têm procurado as farmácias para obter informações sobre o Viagra.
"Abaixo dessa idade, é muito difícil. Ninguém quer se expor", acredita.
(WAGNER OLIVEIRA)



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