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Casos de transmissão interna de gripe suína já são 23% no Brasil
Aumento do número de registros faz governo definir novas recomendações para as pessoas com sintomas da doença
Casos suspeitos não devem mais ser levados diretamente a centros de referência, mas a postos de saúde ou médicos de planos particulares
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após o aumento da demanda
pelos hospitais de referência
para a gripe A (H1N1) e o número de casos confirmados, o Ministério da Saúde definiu ontem, mais uma vez, novas recomendações de atendimento em
casos suspeitos. Também verificou-se, disse o ministro José
Gomes Temporão, aumento do
número de casos autóctones
-transmissão dentro do país.
Segundo ele, há três semanas,
6% dos registros de gripe suína
no Brasil eram de contágio interno. Na semana passada, 30%
foram autóctones. No total de
756 casos confirmados, os de
transmissão interna são 23%.
Ele afirmou, porém, que todos os casos internos têm relação direta com pessoas que viajaram para países onde há disseminação da doença. Assim,
não há, diz, indício de transmissão sustentada no país.
Pelas medidas anunciadas, a
partir de agora, pessoas com
sintomas da gripe não devem
mais procurar diretamente os
centros de referência. A orientação é que busquem, primeiro,
postos e centros de saúde ou
médicos de planos particulares.
A depender da gravidade do
paciente e de seu histórico médico, não será feito o exame que
pode comprovar a presença do
vírus influenza A (H1N1), como
vinha sendo feito até agora.
Se, na avaliação prévia, o médico verificar sintomas leves e a
inexistência de outra doença
que possa agravar o quadro do
paciente, pode recomendar isolamento domiciliar e prescrever medicação para os sintomas. Nesse caso, não será mais
feita análise laboratorial.
Mas, se o médico considerar
que há gravidade ou risco, a
pessoa será encaminhada a um
hospital de referência, onde será feito o exame laboratorial e a
aplicação do medicamento Tamiflu, se necessário.
Em alguns Estados, diz o ministério, há espera para atendimento nos hospitais de referência por conta da grande procura, inclusive de pessoas que
não estão gripadas. Temporão
apresentou dados de que cerca
de 75% dos exames processados pelo Adolfo Lutz e pela Fiocruz até agora deram negativo.
Busca-se agora evitar a superlotação e garantir que os pacientes graves sejam atendidos.
Temporão disse que o uso do
Tamiflu só para casos graves
tenta evitar o surgimento de resistência do vírus ao remédio,
como já houve em Hong Kong,
no Japão e na Dinamarca.
O exame laboratorial também será feito por amostra em
casos de surto numa comunidade. Se confirmado o vírus na
amostra, todos os casos relacionados serão automaticamente
classificados como de gripe A.
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