São Paulo, sábado, 04 de julho de 2009

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Casos de transmissão interna de gripe suína já são 23% no Brasil

Aumento do número de registros faz governo definir novas recomendações para as pessoas com sintomas da doença

Casos suspeitos não devem mais ser levados diretamente a centros de referência, mas a postos de saúde ou médicos de planos particulares


JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após o aumento da demanda pelos hospitais de referência para a gripe A (H1N1) e o número de casos confirmados, o Ministério da Saúde definiu ontem, mais uma vez, novas recomendações de atendimento em casos suspeitos. Também verificou-se, disse o ministro José Gomes Temporão, aumento do número de casos autóctones -transmissão dentro do país.
Segundo ele, há três semanas, 6% dos registros de gripe suína no Brasil eram de contágio interno. Na semana passada, 30% foram autóctones. No total de 756 casos confirmados, os de transmissão interna são 23%.
Ele afirmou, porém, que todos os casos internos têm relação direta com pessoas que viajaram para países onde há disseminação da doença. Assim, não há, diz, indício de transmissão sustentada no país.
Pelas medidas anunciadas, a partir de agora, pessoas com sintomas da gripe não devem mais procurar diretamente os centros de referência. A orientação é que busquem, primeiro, postos e centros de saúde ou médicos de planos particulares.
A depender da gravidade do paciente e de seu histórico médico, não será feito o exame que pode comprovar a presença do vírus influenza A (H1N1), como vinha sendo feito até agora.
Se, na avaliação prévia, o médico verificar sintomas leves e a inexistência de outra doença que possa agravar o quadro do paciente, pode recomendar isolamento domiciliar e prescrever medicação para os sintomas. Nesse caso, não será mais feita análise laboratorial.
Mas, se o médico considerar que há gravidade ou risco, a pessoa será encaminhada a um hospital de referência, onde será feito o exame laboratorial e a aplicação do medicamento Tamiflu, se necessário.
Em alguns Estados, diz o ministério, há espera para atendimento nos hospitais de referência por conta da grande procura, inclusive de pessoas que não estão gripadas. Temporão apresentou dados de que cerca de 75% dos exames processados pelo Adolfo Lutz e pela Fiocruz até agora deram negativo.
Busca-se agora evitar a superlotação e garantir que os pacientes graves sejam atendidos.
Temporão disse que o uso do Tamiflu só para casos graves tenta evitar o surgimento de resistência do vírus ao remédio, como já houve em Hong Kong, no Japão e na Dinamarca.
O exame laboratorial também será feito por amostra em casos de surto numa comunidade. Se confirmado o vírus na amostra, todos os casos relacionados serão automaticamente classificados como de gripe A.


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