São Paulo, quarta-feira, 04 de setembro de 2002

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Mães procuram vaga no Amparo

DA REPORTAGEM LOCAL

Segunda-feira, 21h. A dona-de-casa Valdenaide Alves, 31, com 39 semanas de gestação, percebe um sangramento. Procura um hospital no bairro Grajaú (zona sul de São Paulo), indicado pelo obstetra que a acompanhou no pré-natal.
Ela é examinada e orientada a voltar para casa. Por volta das 23h, o sangramento aumenta e ela, em companhia do marido, pegam um ônibus e rumam para o Amparo Maternal, na Vila Clementino, localizado a pelo menos 50 km da sua casa. A viagem dura duas horas. O bebê, um menino, nasceu na noite de ontem.
"Fiquei com medo de ele nascer em casa e resolvi arriscar. Aqui [no Amparo Maternal" sei que sempre tem vaga", afirma Valdenaide, que ocupava ontem um dos 150 leitos da maternidade.
O mesmo aconteceu com a estudante Evelyn Coutinho, 17. Depois de passar pelo Hospital Artur Saboya no domingo à noite e não encontrar vaga, ela procurou o Amparo Maternal, mesma maternidade onde Evelyn nasceu, e deu à luz a menina Kemillen.
Já a dona-de-casa Cláudia Santos Moreira, 25, mãe de quatro filhos, foi levada ao Amparo por uma ambulância do hospital Santa Marcelina, que não tinha vaga no berçário na noite de domingo.
No caso dela, o encaminhamento aconteceu como o descrito por Adalgisa Nomura, do plantão de vagas. Ela chegou a 1h de anteontem no Santa Marcelina e às 4h já estava no Amparo Maternal.
"Foi muito tranquilo. Eu já estava com cinco dedos de dilatação, e ele nasceu rapidinho."


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