São Paulo, Quinta-feira, 04 de Novembro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Neto confessa que matou avô em Ribeirão

VÂNIA CARVALHO
da Folha Ribeirão

O construtor aposentado Celso Bombonatti, 85, foi assassinado e enterrado no jardim de sua casa no Alto da Boa Vista, área nobre de Ribeirão Preto (319 km de SP).
O neto de Bombonatti, José Mário Ghirardelli, 34, confessou o crime em depoimento à Polícia Civil. Ele morava com o avô há um ano e disse que o crime "foi um lamentável acidente".
O corpo foi encontrado pela polícia na manhã de ontem e estava coberto com esterco e plantas.
Bombonatti tinha mãos e pés amarrados e estava amordaçado.
Na delegacia, Ghirardelli afirmou que é viciado em drogas e soropositivo. No quarto do acusado, na casa de Bombonatti, a polícia informou que achou seringas, papelotes vazios e uma planta de maconha.
Ele disse que costumava brigar com o avô. "Ele escondia leite e dinheiro de mim", disse o acusado à Folha ontem.
Ghirardelli afirmou que matou o avô "sem querer". Segundo o acusado, na segunda-feira, ele teria agredido Bombonatti e resolveu amarrá-lo para evitar que fugisse. Quando estava amarrando pés e mãos do avô, Ghirardelli percebeu que ele estava morto.
Ainda de acordo com informações da polícia, Ghirardelli confirmou que roupas achadas com manchas de sangue na casa do aposentado eram dele.

Furtos
No último domingo, o aposentado registrou um boletim de ocorrência na delegacia, no qual informava que o neto vinha pegando utensílios da casa e vendendo para comprar drogas.
No mesmo dia, Bombonatti disse à polícia que seu neto era viciado em cocaína.
Naquele dia, Ghirardelli afirmou à polícia que devia muito dinheiro a traficantes, mas que não seria o autor dos furtos.
Na segunda-feira, sua prima Ana Lúcia Maturano, 37, foi à polícia para informar que seu avô havia desaparecido.
No boletim de ocorrência, Ana Lúcia afirmou que havia marcado encontro com seu avô por volta das 6h30 da manhã, mas não o encontrou em casa.
A denúncia de desaparecimento foi o que levou os policiais até a casa e, logo após, ao corpo de Bombonatti no jardim.
No bairro em que Bombonatti morava há 30 anos, o crime chocou os vizinhos. "Ele era uma pessoa disposta e prestativa com os vizinhos", disse Paulo SatoratoMaggione, 21, que ajudou a polícia a localizar o corpo da vítima.





Texto Anterior: Crianças são feridas a tiro em padaria
Próximo Texto: Paula Thomaz ganha liberdade condicional
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.