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Associação de PMs afirma que secretário errou
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA CAMPINAS
Se o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, tinha indícios dos atentados,
ele errou em não reforçar o policiamento, afirmou o cabo Wilson
Moraes, presidente da Associação
de Cabos e Soldados da Polícia
Militar do Estado de São Paulo.
"Se ele realmente sabia, ele tinha
que ter preparado uma ação. Não
houve nenhuma movimentação
nesse sentido. Os policiais não foram avisados", disse o cabo.
O secretário informou, por
meio da assessoria de imprensa
da Secretaria da Segurança Pública, que todas as medidas necessárias para o caso foram tomadas.
Para a associação, os atentados
foram uma ação articulada do
PCC e mostraram a vulnerabilidade dos policiais nos carros e bases comunitárias. "As bases comunitárias não têm segurança
para o policial. É um suicídio colocar um ou mesmo dois policiais
nas bases ou nos carros", diz.
De acordo com o cabo, a associação solicita, desde 2000, blindagem para o vidro das bases, pedido até agora não atendido pela
secretaria. Outra reivindicação é
um reforço de policiais no entorno das unidades.
A Associação dos Delegados de
Polícia também tem críticas em
relação à Secretaria da Segurança
Pública. "Falta segurança para o
policial trabalhar. Como ele vai
garantir a segurança do cidadão
se ele mesmo está exposto?", diz o
delegado Carlos Eduardo Benito
Jorge, presidente da associação.
O delegado cita exemplos da dificuldade enfrentada nas delegacias: "Não dá para deixar um escrivão ou um carcereiro sozinho
na delegacia a noite toda. E essa é
uma realidade de muitas delegacias de São Paulo".
Em Campinas, a Polícia Militar
vai remanejar o efetivo nas bases e
até usar fuzis como medida de
precaução para tentar evitar que a
série de atentados que ocorreram
no Estado neste fim de semana
chegue à região. A determinação
vem do governo do Estado.
O capitão Hudson Camilli, chefe do departamento operacional
do CPI-2 (Comando de Policiamento do Interior) de Campinas
afirmou que a ordem de reforço
das instruções de segurança deverá ser cumprida nas bases comunitárias, quartéis e companhias da
PM. Camilli disse que as normas
de segurança envolvem medidas
adequadas de iluminação, posicionamento dentro e fora das unidades, maneiras de acionar reforço e uso de armamento adequado
às atribuições.
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