São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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Tentativa de invasão a favela por traficantes deixa cinco mortos

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Um intenso tiroteio entre traficantes rivais das favelas Baixa do Sapateiro e Vila do Pinheiro, no complexo da Maré, no Rio, por volta da 1h30 de ontem, deixou cinco mortos e nove feridos, entre eles um menino de seis anos.
Até a conclusão desta edição, a polícia tinha informação de que só um dos feridos e um dos mortos teriam envolvimento com o tráfico. Os demais não tinham antecedentes criminais. A criança atingida passa bem.
Segundo a Polícia Civil, o confronto foi provocado por uma tentativa de invasão da Baixa do Sapateiro, dominada pela facção criminosa TCP (Terceiro Comando Puro), por traficantes da Vila do Pinheiro, controlada pelo ADA (Amigo dos Amigos). A PM só chegou após o fim do tiroteio.
Os criminosos fizeram vários disparos contra um grupo de pessoas que estava próximo a um trailer. Os traficantes da Baixa do Sapateiro revidaram. Houve muita correria e pânico.
Após o confronto, os invasores saíram em três carros e acabaram se encontrando com PMs. Houve novo confronto, desta vez na entrada da Vila do Pinheiro. Os criminosos, no entanto, escaparam.
Logo depois do final dos tiroteios, três corpos apareceram dentro de uma Kombi, que foi parada na Linha Amarela, que liga as zonas norte e oeste do Rio de Janeiro. Segundo a polícia, o disse que traficantes da Baixa do Sapateiro bateram à sua porta e mandaram que removesse os cadáveres da comunidade.
Além da polícia, a via expressa está sendo monitorada por tropas do Exército em virtude da reunião da cúpula do Grupo do Rio.
Traficantes ordenaram o fechamento de parte do comércio na Baixa do Sapateiro.

"Política correta"
O secretário estadual de Segurança, Marcelo Itagiba, disse que a violência registrada no complexo de favelas da Maré mostra que a política do setor está "correta".
De acordo com ele, os criminosos estão se confrontando entre si e com a população usando armas de guerra e a polícia precisa bater de frente com eles e levá-los à prisão. "Temos que fazer cada vez mais com que a população tenha o império da lei a seu favor." Ontem, no entanto, após o tiroteio, a polícia não tinha prendido ninguém até a conclusão da edição.
Itagiba ocupa o cargo desde o início de outubro, depois que o titular da pasta, Anthony Garotinho, se licenciou para dedicar às eleições municipais.


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