|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Reajuste do Metrô opõe equipes de Serra e Lembo
DA REPORTAGEM LOCAL
A equipe de transição do governador eleito de São Paulo,
José Serra (PSDB), trava uma
batalha com o Estado por conta
do novo reajuste do preço do
bilhete do Metrô paulistano,
que, segundo estudos preliminares da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, pode
subir dos atuais R$ R$ 2,10 para
até R$ 2,60.
Os aliados do tucano trabalham para conseguir um reajuste suficiente para manter a
tarifa sem novos aumentos por
pelo menos dois anos, evitando,
assim, um desgaste do novo governador. Em 2005, ao assumir
a Prefeitura de São Paulo, Serra
teve de reajustar o preço do bilhete dos ônibus, o que lhe rendeu uma das piores avaliações,
segundo o Datafolha, após cem
dias de gestão.
Mas os planos dos tucanos
esbarram em Cláudio Lembo
(PFL). O governador não estaria disposto a arcar com o desgaste de um reajuste muito alto
no final de seu mandato. O pefelista se reuniu às 10h de ontem com o secretário dos
Transportes Metropolitanos,
Jurandir Fernandes e, pouco
disposto a assumir a paternidade do que chamou de "extorsão", pediu que ele voltasse na
semana que vem com outros
estudos sobre a tarifa.
Fernandes apresentou três
planilhas com reajustes das
passagens: R$ 2,40, R$ 2,50 e
R$ 2,60. Segundo Lembo, o aumento de R$ 0,30 está acima de
suas pretensões. "Acho alto.
Tem que ter uma sensibilidade
social. O momento não é para
extorquir. É cobrar o preço justo", disse o governador.
Custos
Conforme a Folha apurou,
um valor de R$ 2,30 já seria suficiente para cobrir o custo do
sistema, mas precisaria ser reajustado novamente até o final
do ano que vem. A equipe de
transição do governador eleito
e o Palácio dos Bandeirantes
esperam chegar a uma decisão
na próxima semana.
"Quero estar convencido de
que o povo não é objeto de
qualquer ato de exagero tecnocrático", afirmou Lembo.
O futuro secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa,
conversou com Lembo sobre o
assunto, mas o governador disse não ter tratado do tema diretamente com Serra em almoço
que os dois tiveram anteontem.
"Não tratamos disso, não.
Foi um almoço de amigos. Falamos de cinema, de teatro, belezas do Brasil", descreveu
Lembo, enfatizando: "Ele não
me falou isso [que era preciso
aplicar reajuste maior desde já]
e eu vou fazer o que é bom para
o povo".
Questionado sobre sua "generosidade" para com Serra na
transição, Lembo respondeu:
"Ele vai assumir daqui a 50
dias. Vou criar problemas? Para quê? Ele confia no meu bom
senso". Segundo o governador,
também está sob análise no governo do Estado o reajuste de
passagens de longo percurso na
região metropolitana.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG e CATIA SEABRA)
Texto Anterior: Kassab quer trocar Matarazzo de secretaria Próximo Texto: Horário de verão começa à meia-noite Índice
|