São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

POR AÍ

Neto do modernist a Warchavc hik reforma prédio do avô no centro

A passagem dos anos foi dura com o prédio projetado na rua Barão de Limeira, em Campos Elíseos (centro), por Gregori Warchavchik (1896-1972), pioneiro da arquitetura modernista no Brasil.
Após sete décadas de provações, o edifício de balcões curvos teve as fundações deterioradas e perdeu suas persianas de enrolar. A fachada está enegrecida e pichada.
"O prédio ficou abandonado com o processo de degradação do centro. Agora eu assumi. Sou o único neto arquiteto. Tenho que zelar pelas coisas do meu avô", diz Carlos Eduardo Warchavchik.
O neto do modernista quis aproveitar a volta do centro como local de moradia para restaurar o prédio, em processo de tombamento.
Carlos já recebeu propostas pelo imóvel, mas recusou. O potencial cliente era uma escola de inglês, que queria ocupar todo o edifício. "Pretendo manter residencial, com os apartamentos, e alugar ou vender unidades".
Ele não conta quanto vai investir para deixar o prédio como era -seu projeto é o de manter a originalidade, desde as plantas até os detalhes de acabamento- mas diz que já gastou R$ 50 mil para recuperar as fundações.
Sobre as curvas do prédio, que contrastam com os ângulos retos da Casa Modernista da rua Santa Cruz, construída pelo avô cerca de uma década antes, Carlos explica: "era uma fase em que ele estava curtindo curvas, uma fase mais art déco".
Segundo Carlos, naquele momento o avô entendia que o movimento modernista já estava estabelecido aqui e, por isso, já não precisava de um "herói". Os "jovens" (em menção a outros modernistas, como Oscar Niemeyer) tomariam conta do legado.
Questionado sobre o que mais admira na obra do avô, Carlos diz: "Os espaços que projetava. São bem distribuídos, iluminados. Viver nas casas dele é muito gostoso".
Carlos restaurou e mora hoje na casa da rua Itápolis, no Pacaembu, outro imóvel conhecido do avô. (VC)

SAIBA MAIS

Arquiteto foi pioneiro do do movimento

DE SÃO PAULO

Nascido na Ucrânia, Gregori Warchavchik emigrou para o Brasil em 1923. Em 1927 casou-se com Mina Klabin, filha de um industrial da elite paulista. Teve, ao longo de sua carreira, dificuldades em aprovar suas fachadas, lisas, na Prefeitura de São Paulo. Seu projeto mais conhecido é o da Casa Modernista da Rua Santa Cruz, na Vila Mariana. São dele os projetos das sedes dos clubes Paulistano, Hebraica, Tietê e Pinheiros.



NÃO É POR AÍ

CALÇADÃO INIMIGO DO SALTO ALTO

Nos arredores do prédio da Bolsa de Valores, no centro, há uma loja de sapatos que deixa as mulheres que trabalham na região com água na boca. Parte delas, porém, não se atreve a comprá-los.
O motivo? Os calçadões da área, contam, são um "campo minado". Além de buracos e desníveis, há casos e casos de saltos presos em tampas de bueiros, e piche usado para corrigir imperfeições, que esquenta no calor.
"Várias já caíram e ficaram de licença. Eu mesma caí duas vezes", diz a estatística Deonice Marques, 47.
Segundo a Subprefeitura da Sé, os buracos se devem ao peso dos veículos transportadores de valores.
Uma equipe fixa, afirma, faz a manutenção dos calçadões -são repostos 15m2 de pedras portuguesas por dia.
As mulheres, porém, rebatem: alguns buracos, grandes e pequenos, dizem, acabam ficando íntimos, de tanto tempo que ficam por lá.

"Eu colocaria um portão, para fazer uma rua particular. Depois do metrô e dos prédios, a rua se transformou num estacionamento. Eu chego com compras e não consigo parar para descarregar"
ANA LÚCIA PIRES, 53
advogada, moradora da João Migliari




BICHOS

Centro de Zoonoses tem cavalos e éguas aguardando um novo lar

Os equinos do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de SP só querem saber de sombra e capim fresco. Mas não é preguiça -é direito deles.
Neste ano, já foram recolhidos 70 cavalos e éguas na cidade, seja por estarem soltos e correndo perigo ou após denúncias de maus-tratos.
Como é comum chegarem debilitados, eles passam por exames e até cirurgias. Recuperados, ficam à espera de um novo e mais justo lar.
"O interessado passa a ser um fiel depositário do animal. Ou seja, o animal não pode trabalhar", diz a veterinária Gabriella Vieira, do CCZ. Além disso, é preciso comprovar ter uma área rural. A ONG Anjo dos Cavalos, parceira do centro, é quem analisa o pedido.
A maioria dos casos tem final feliz: via de regra, em até 15 dias o equino é "adotado". Alguns, porém, chegam tão doentes que não resistem.
Além de novos "tutores", o CCZ precisa de voluntários para dar atenção aos cavalos. O centro fica na rua Santa Eulália, 86, Santana. Informações: 0/xx/11/3397-8900.


Texto Anterior: Nos grampos, suspeitos citam mídia do Pará
Próximo Texto: 1ª Virada Inclusiva termina hoje com shows
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.