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Advogado estima indenização de R$ 1 mi
DA SUCURSAL DO RIO
Uma ação indenizatória a ser
movida contra o Estado do Rio
poderá render até R$ 1 milhão a
Sabrina Aparecida Marques Mendes, 21, calcula o advogado criminalista Paulo Ramalho.
Para Ramalho, o Estado deve
ser obrigado pela Justiça a indenizar a jovem. Também caberia,
disse ele, uma ação contra os pais
ou responsáveis da menina de 13
anos que reconheceu Sabrina em
uma foto mostrada por policiais
encarregados das investigações.
"O Estado tem responsabilidade. Cabe uma ação indenizatória
por danos morais e por danos
materiais. A moça foi exposta à
mídia pela polícia. Talvez precise
eternamente de um acompanhamento psicológico", afirma.
Ele criticou o reconhecimento
por fotografia, base da prisão decretada contra Sabrina. "Não havia nenhuma razão para fazer esse
reconhecimento por foto. Ainda
que fosse uma emergência -e
não era. A pessoa a ser reconhecida estava presa", disse ele, para
quem o reconhecimento fotográfico "é muito perigoso" e tem valor judicial "muito relativo".
"É o velho método de investigação policial. Quando acontece um
crime bárbaro, a polícia não sai
em busca do culpado, mas de um
culpado. Tem mais medo da opinião pública do que o de incriminar um inocente", concluiu.
Para Cecília Coimbra, dirigente
do Grupo Tortura Nunca Mais, o
caso de Sabrina "mostra muito
bem o tipo de orientação do governo deste Estado em termos de
segurança pública". "São pessoas
que defendem a militarização da
segurança pública, uma prática
importada dos Estados Unidos,
onde qualquer pessoa é suspeita.
Então, prenda-se", afirmou.
Ela disse ainda que as condições
em que a menina de 13 anos fez o
reconhecimento podem não ter
sido as ideais, por causa da pressão que os policiais teriam exercido sobre ela.
A socióloga Julita Lemgruber lamentou a pressa com que a polícia teria agido ao tentar esclarecer
o crime. "Certamente em casos de
grande repercussão na mídia a
polícia tenta mostrar trabalho. Infelizmente, acontecem casos como esse. Em geral, esses erros
ocorrem com pessoas pobres."
Ex-diretora do antigo Desipe
(Departamento do Sistema Penitenciário), Julita defende que Sabrina recorra à Justiça.
(SÉRGIO TORRES)
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