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Rampa antimendigo causa polêmica na área social
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão José Serra (PSDB), que
lançou os dois principais programas da área social apenas no final
do ano passado, ficou marcada
em 2005 por medidas polêmicas,
como a construção de rampas antimendigo na avenida Paulista.
Críticos consideram que a rampa simboliza uma política preocupada em apenas evitar que moradores de rua se alojem em áreas
nobres da cidade sem estimular a
inclusão social.
Para a prefeitura e os defensores
da medida, a área era utilizada por
delinqüentes para assaltar motoristas e pedestres.
Se causou polêmica com a rampa, a gestão recebeu elogios de especialistas por conta dos programas São Paulo Protege (de combate ao trabalho infantil) e Ação
Família (de atendimento a famílias em situação de alta vulnerabilidade), anunciados em outubro e
novembro, respectivamente.
O primeiro tirou do trabalho informal nas ruas 171 crianças e
adolescentes. E o segundo, pretende beneficiar em 2006 um total
de 130 mil famílias.
A socióloga Camila Giorgetti,
porém, critica Serra por não ter
elaborado "logo de cara" uma política social para a população de
rua. Já o presidente da Associação
Rede Rua, Alderon Pereira da
Costa, diz que é preciso buscar alternativas para os moradores de
rua que não se resumam a albergues. "O perfil dessa população
mudou bastante nos últimos
anos. Muitos têm família em São
Paulo, mas estão desempregados.
Falta investimento em frentes de
trabalho e geração de renda."
Em 2005, foram criados cinco
centros de referência, para receber 20 crianças e adolescentes cada um, e 435 adultos foram integrados a frentes de trabalho.
O número de vagas em albergues passou de 6.600 para 7.700
-mas continua abaixo do necessário: a população de rua aumentou de 10,4 mil para 12 mil, segundo a própria prefeitura.
Para o secretário municipal da
Assistência e Desenvolvimento
Social, Floriano Pesaro, mais importante do que abrir novas vagas
é requalificar os albergues já existentes. Ele diz que hoje a metade
dos abrigos tem capacidade muito maior do que a ideal, de cem a
120 vagas. "Queremos locais menores e mais humanizados."
Para a irmã Ivete de Jesus, coordenadora da ONG Casa Cor da
Rua, a gestão encontrou uma situação social grave e reagiu com
ações imediatistas. Para ela, essas
intervenções deveriam ser menos
agressivas. "Para tirar as pessoas
dos baixos de viadutos o ideal seria mobilizar técnicos, voluntários, ONGs e até universidades."
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