São Paulo, sábado, 05 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Entrei pelo dinheiro, porque quis, afirma interno de 18 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

Ele diz que nunca usou drogas nem armas. Desde os 13 anos, ganhava mais do que o pai, um pedreiro em Biritiba-Mirim (Grande São Paulo). Construiu sua própria casa ainda adolescente.
Carlos (nome fictício), agora com 18 anos, enumera assim sua lista de motivos que o fizeram entrar para o tráfico de drogas. "Entrei porque eu quis, foi pela minha cabeça. E foi pelo dinheiro mesmo", afirma.
Com orgulho, Carlos garante que nunca usou nenhuma droga. "Eu não gosto do jeito como as pessoas ficam. E também gastam dinheiro demais", afirmou, hoje interno de uma unidade da Fundação Casa (ex-Febem) em Arujá, na região metropolitana de São Paulo.
Após mentir à família por vários anos -chegou a dizer aos pais que ele trabalhava na roça-, Carlos foi alvo de uma denúncia anônima. Além de droga, os policiais acharam dois pés de maconha em seu quintal.
Como era a primeira vez que tinha sido preso por tráfico, foi liberado três meses depois, em liberdade assistida. Mas o Tribunal de Justiça, que tem uma posição mais rigorosa sobre a questão, reviu sua medida de segurança e ele foi preso novamente sete meses atrás.
Mesmo com 16 anos, João (também nome fictício) circulava por Arujá com sua própria moto. Tinha a confiança do chefe do tráfico local e ganhava cerca de R$ 900 por semana. Foi preso sete meses atrás, quando vendia drogas em uma quermesse. Tinha 30 papelotes de cocaína e mais 30 de maconha nos bolsos.
"Ninguém me obrigou a fazer nada. Procurei o tráfico porque minha mãe ganhava salário mínimo", afirmou.


Texto Anterior: Jovem vê tráfico como emprego, afirma presidente da ex-Febem
Próximo Texto: Assassino de Liana e Felipe é suspeito de mais 2 mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.