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Entrei pelo dinheiro, porque quis, afirma interno de 18 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele diz que nunca usou drogas nem armas. Desde os 13
anos, ganhava mais do que o
pai, um pedreiro em Biritiba-Mirim (Grande São Paulo).
Construiu sua própria casa ainda adolescente.
Carlos (nome fictício), agora
com 18 anos, enumera assim
sua lista de motivos que o fizeram entrar para o tráfico de
drogas. "Entrei porque eu quis,
foi pela minha cabeça. E foi pelo dinheiro mesmo", afirma.
Com orgulho, Carlos garante
que nunca usou nenhuma droga. "Eu não gosto do jeito como
as pessoas ficam. E também
gastam dinheiro demais", afirmou, hoje interno de uma unidade da Fundação Casa (ex-Febem) em Arujá, na região metropolitana de São Paulo.
Após mentir à família por vários anos -chegou a dizer aos
pais que ele trabalhava na roça-, Carlos foi alvo de uma denúncia anônima. Além de droga, os policiais acharam dois
pés de maconha em seu quintal.
Como era a primeira vez que
tinha sido preso por tráfico, foi
liberado três meses depois, em
liberdade assistida. Mas o Tribunal de Justiça, que tem uma
posição mais rigorosa sobre a
questão, reviu sua medida de
segurança e ele foi preso novamente sete meses atrás.
Mesmo com 16 anos, João
(também nome fictício) circulava por Arujá com sua própria
moto. Tinha a confiança do
chefe do tráfico local e ganhava
cerca de R$ 900 por semana.
Foi preso sete meses atrás,
quando vendia drogas em uma
quermesse. Tinha 30 papelotes
de cocaína e mais 30 de maconha nos bolsos.
"Ninguém me obrigou a fazer
nada. Procurei o tráfico porque
minha mãe ganhava salário mínimo", afirmou.
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