|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GUERRA URBANA
Prefeito diz que não tem culpa e responsabiliza Estado, Luiza Erundina, TJ e governo federal
Pitta quer Exército contra perueiros
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
O prefeito Celso Pitta (PTN) resolveu ontem pedir a ajuda do
Exército para fiscalizar peruas
clandestinas na cidade. O pedido,
ainda sem resposta do Ministério
da Defesa, ocorre em meio a uma
briga entre a prefeitura e o governo do Estado de São Paulo.
O pedido foi enviado para o comandante da Região Sudeste, Licínio Nunes de Miranda Filho. Segundo o prefeito, o comandante
disse que levaria o assunto aos
seus superiores e ao Ministério da
Defesa. Até o fechamento dessa
edição, o ministério não havia se
pronunciado.
O centro de comunicação do
Exército distribuiu um nota curta
em que afirma que as funções da
instituição estão previstas na
Constituição e que o problema é
uma questão de segurança pública. Pela Constituição, cabe ao
Exercito a defesa da Pátria, a garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa destes, da lei
e da ordem.
Pitta quer a ajuda da Polícia Militar para fiscalizar peruas clandestinas. O governador Mário
Covas (PMDB) afirma que essa
função não é da polícia.
Ontem, o prefeito responsabilizou o governo do Estado, a ex-prefeita Luiza Erundina, o Tribunal de Justiça de SP, o governo federal e até o procurador-geral do
Estado, Luiz Antonio Marrey, pelos conflitos. A atual gestão, segundo Pitta, não tem nenhuma
culpa. "Nós sempre agimos. Sempre fiscalizamos."
Em relação ao acidente de ontem, Pitta culpou o motorista da
perua e atacou o governo estadual. "Eles (os passageiros que
morreram) não teriam essa trágica situação, se houvesse a presença da Polícia Militar. A polícia, estando lá, evitaria até a circulação
de peruas clandestinas."
Segundo o prefeito, tudo começou na gestão de Erundina. "A
existência de clandestinos data de
1990, quando a ex-prefeita autorizou não só perueiros clandestinos
como ambulantes e uma série de
atividades paralelas."
Depois de Erundina, o prefeito
considera que a suspensão da antiga lei de perueiros agravou o
problema. A lei foi considerada
inconstitucional no ano passado.
"Ficamos sem respaldo legal.
Com isso, oportunistas (os clandestinos) vieram."
Questionado se o surgimento
de perueiros não estaria ligado à
falta de qualidade do atual sistema de transporte, o prefeito diz
que foi a omissão do governo federal que provocou a situação.
"Para esse transporte de qualidade nós solicitamos há quatro
anos ao BNDES empréstimo para
investimento em infra-estrutura
de transporte. Esse financiamento
só está saindo agora." A liberação
da verba foi acertada na negociação da dívida do município.
Texto Anterior: Para vítima, tem de parar a fiscalização Próximo Texto: Prefeito não pode fazer o pedido, afirma ministro Índice
|