São Paulo, #!L#Sábado, 05 de Fevereiro de 2000


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Pró-Mater sofrerá auditoria

da Reportagem Local

O Hospital e Maternidade Pró-Mater, de Santo André, sofrerá uma auditoria pela prefeitura da cidade, com apoio da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e do Ministério da Saúde. Parte dos partos que são realizados no local será transferida para outros hospitais da região.
A decisão foi tomada ontem, em reunião dos secretários municipais da Saúde do ABCD (Grande SP) com o ministro José Serra e o secretário estadual, José da Silva Guedes. A causa da auditoria foi a morte de um bebê, no dia 25 de janeiro, supostamente provocada por uma infecção generalizada decorrente das 15 horas em que a mãe ficou em trabalho de parto na Pró-Mater, hospital particular, credenciado pelo SUS. Antes de chegar à Pró-Mater, a mãe esteve no Hospital Municipal de Santo André, mas não havia vaga.
O ministro pediu à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo a abertura de inquérito policial para apurar um possível crime de omissão de socorro. A denúncia também está sendo avaliada pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
O ministério da Saúde informou que há outros nove inquéritos contra a maternidade que aguardam pareceres do CRM para conclusão. Segundo Serra, o hospital não será descredenciado do SUS por enquanto. "Vamos aguardar a auditoria e a evolução do serviço do hospital. Se não houver melhoras, ele será descredenciado." O hospital tem capacidade para fazer 500 partos mensais. Foi estabelecido que 200 partos passarão a ser realizados pela Santa Casa de Mauá e outros hospitais da região, até que o atendimento na Pró-Mater melhore.
A direção da Pró-Mater disse, na ocasião em que foi noticiada a morte do bebê, que a conduta do hospital fora correta e que a mãe estava sob observação.
Serra afirmou que estão sendo repassados recursos extras para o atendimento de partos de alto risco às cidades de Santo André (R$ 328 mil), Mauá (R$ 329,5 mil) e Diadema (R$ 329,5 mil) -o repasse já havia sido acertado antes da morte do bebê.
O Secretário Municipal da Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, não saiu satisfeito. "Se tirarem os 200 partos da Pró-Mater, ela não vai sobreviver, porque deixará de receber o dinheiro por eles. A médio prazo a prefeitura terá que assumir todos esses partos", diz. (PL)

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