São Paulo, segunda-feira, 05 de fevereiro de 2007

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É preciso exigir metas, dizem especialistas

DA REPORTAGEM LOCAL

O Fundo Nacional de Segurança foi inspirado no SUS (Sistema Único de Saúde), mas não herdou uma das principais qualidades do programa de saúde, segundo o sociólogo Claudio Beato: verbas só devem ser entregues a Estados e municípios com a condição de que eles atinjam metas predefinidas.
"Numa gestão mais criteriosa do fundo, o Rio de Janeiro não deveria receber verbas", defende o coronel reformado José Vicente da Silva Filho. Motivos para o corte não faltam, segundo ele. "A polícia do Rio mata muito e prende pouco", diz.
Dados da Secretaria de Segurança do Rio mostram que a polícia matou 982 pessoas entre janeiro e novembro do ano passado. Já as polícias Militar e Civil sofreram 25 baixas. Os números correspondem a 39 civis mortos para cada policial, quando o padrão internacional aceito é de um policial para cada dez civis mortos, de acordo com Silva Filho.
"É um nível inaceitável. Em vez de dar cursinho de direitos humanos, o governo deveria deixar de dar verba para polícias que matam em excesso", diz.
Outra forma de estimular mudanças da polícia é premiar resultados alcançados. Luiz Eduardo Soares diz que quando esteve à frente da Secretaria Nacional de Segurança, em 2003, só distribuía verbas para polícias que tinham projetos de reforma que pudessem ser avaliados por critérios internacionais. Sua demissão, acredita, pode ter sido uma reação dos que preferem o balcão de trocas. (MCC)


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