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É preciso exigir metas, dizem especialistas
DA REPORTAGEM LOCAL
O Fundo Nacional de
Segurança foi inspirado no
SUS (Sistema Único de
Saúde), mas não herdou
uma das principais qualidades do programa de saúde, segundo o sociólogo
Claudio Beato: verbas só
devem ser entregues a Estados e municípios com a
condição de que eles atinjam metas predefinidas.
"Numa gestão mais criteriosa do fundo, o Rio de
Janeiro não deveria receber verbas", defende o coronel reformado José Vicente da Silva Filho. Motivos para o corte não faltam, segundo ele. "A polícia do Rio mata muito e
prende pouco", diz.
Dados da Secretaria de
Segurança do Rio mostram que a polícia matou
982 pessoas entre janeiro
e novembro do ano passado. Já as polícias Militar e
Civil sofreram 25 baixas.
Os números correspondem a 39 civis mortos para
cada policial, quando o padrão internacional aceito é
de um policial para cada
dez civis mortos, de acordo com Silva Filho.
"É um nível inaceitável.
Em vez de dar cursinho de
direitos humanos, o governo deveria deixar de dar
verba para polícias que
matam em excesso", diz.
Outra forma de estimular mudanças da polícia é
premiar resultados alcançados. Luiz Eduardo Soares diz que quando esteve
à frente da Secretaria Nacional de Segurança, em
2003, só distribuía verbas
para polícias que tinham
projetos de reforma que
pudessem ser avaliados
por critérios internacionais. Sua demissão, acredita, pode ter sido uma reação dos que preferem o
balcão de trocas.
(MCC)
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