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Kassab abre mão de receber parte da taxa de inspeção
Repasse de 8% pela Controlar era previsto em contrato
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão Gilberto Kassab
(DEM) abriu mão de receber da
concessionária Controlar parcela de 8% do valor arrecadado
com o pagamento da taxa de
inspeção veicular pelos motoristas. O repasse, que era obrigatório conforme o contrato
firmado em 1996, foi revogado
ontem, com um termo aditivo.
Com isso, caso todos os 2,6
milhões de veículos obrigados a
passar pela vistoria neste ano
compareçam à inspeção, pagando cada um a taxa de R$
52,73, o município deixará de
arrecadar R$ 10,9 milhões.
Esse valor reduziria a despesa da própria prefeitura com a
devolução dos R$ 52,73 aos motoristas cujos veículos forem
aprovados na vistoria.
A partir do ano que vem, mais
de 6,3 milhões de veículos serão obrigados a fazer a vistoria
anual. Sem os repasses, até
2017, quando termina o contrato, a prefeitura estará abrindo
mão de ao menos R$ 225 milhões, considerada a frota atual,
e sem contar o reajuste anual
da taxa, previsto em contrato.
O aditamento feito ontem-o
sexto em 13 anos de concessão- estabelece que o repasse
deixou de ser obrigatório desde
maio de 2008, quando teve início o programa de inspeções
-somente para a frota a diesel,
cerca de 211 mil veículos.
A Secretaria do Verde e do
Meio Ambiente afirmou que a
perda de receita é compensada
de duas maneiras: 1) as frotas
de veículos da prefeitura e do
Estado não pagarão a taxa de
inspeção; e 2) a taxa de inspeção paga pelos motoristas teria
que ser mais alta se a Controlar
tivesse que repassar os 8%.
Porém, se o valor previsto no
contrato original (R$ 17,95 em
janeiro de 1996) fosse corrigido
pela inflação (206%, pelo IGP-M) até maio de 2008 (quando
começou a inspeção), a taxa deveria ser de R$ 50,63.
O contrato já previa anteriormente que veículos do município fossem inspecionados gratuitamente, desde que a quantidade de vistorias não ultrapassasse 0,5% da capacidade da
Controlar -o limite, neste ano,
seria de cerca de 27 mil veículos, se todos os centros prometidos forem instalados.
Pelo aditivo, não há mais limite de inspeções para a frota
municipal, e os veículos do Estado, que antes não estavam
isentos da taxa, agora estão.
O aditamento estende ainda
por um ano o sensoriamento
remoto (medição das emissões
de poluentes enquanto os veículos estão em movimento) e
sem custo para o município,
que deveria ter terminado em
janeiro último. A prefeitura
promete identificar e convocar
para a vistoria os veículos campeões de poluição, mesmo que
não sejam obrigados a fazer a
inspeção neste ano.
A Controlar disse que não se
manifestaria sobre o assunto.
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