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Niemeyer decide abandonar, temporariamente, projeto de construir uma praça no DF
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O arquiteto Oscar Niemeyer decidiu abandonar, pelo
menos temporariamente, a
briga pela construção da
Praça da Soberania na Esplanada dos Ministérios, projeto apresentado por ele ao governo do Distrito Federal
menos de um mês atrás.
Desde que a proposta foi
lançada, recebeu críticas de
que desrespeita o tombamento de Brasília -que
proíbe edificações na área
escolhida por Niemeyer- e,
por isso, foi considerada ilegal pelo Iphan-DF (Instituto
do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional).
A disposição do arquiteto
de abandonar a polêmica foi
anunciada ao governo do
Distrito Federal anteontem
e publicada ontem em artigo
no "Correio Braziliense".
No texto, Niemeyer diz
que acompanhou de perto a
discussão e que decidiu "pôr
de lado -provisoriamente-
a ideia" ao ser comunicado
pelo governo do DF de que
não haveria recursos.
Ao receber o projeto, no
início do mês, o governo do
DF se disse disposto a construir a praça para o aniversário de 50 anos da cidade, a
ser comemorado no ano que
vem. Com a polêmica, porém, preferiu aguardar o
desfecho do debate.
"Não diria que morreu a
proposta, está adiada. O debate prossegue", disse Dalmo Vieira, diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do
Iphan. "Pela primeira vez,
Brasília criou alma. Nunca
houve discussão tão grande
[sobre patrimônio]", disse o
secretário de Cultura do DF,
Silvestre Gorgulho.
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