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Filme sobre maconha acaba em confronto
Conflito entre alunos, PMs e vigilantes ocorreu após veto à exibição na Universidade Federal de Minas
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
A exibição de um filme sobre
o uso da maconha deu início a
um conflito entre universitários, professores e policiais anteontem na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Vários estudantes ficaram feridos e duas alunas, com escoriações no corpo, tiveram de ser
levadas a um pronto-socorro.
Segundo o DCE (Diretório
Central dos Estudantes), a confusão teve início por volta das
18h30, quando um grupo com
cerca de 70 alunos do Instituto
de Geociências exibia o documentário "Maconha Grass", do
diretor canadense Ron Mann,
em uma arena da unidade no
campus Pampulha.
O filme aborda questões polêmicas sobre uso da droga e argumenta, entre outros pontos,
que a proibição da maconha
ocorre em razão de interesses
políticos e econômicos.
Segundo a PM, foram espalhados cartazes pela faculdade
que faziam apologia das drogas
e não havia autorização da direção do instituto para promover
o evento. Diante da insistência
dos alunos na exibição, a direção da unidade solicitou reforço da segurança.
Cristina Augustin, diretora
do instituto, disse que a autorização não foi dada porque os
organizadores não se apresentaram e não informaram horário e responsáveis pelo evento.
"Não fomos oficialmente avisados. Por isso achamos por
bem proibir. Não foi porque o
vídeo era sobre drogas", disse.
Na UFMG, a segurança é feita por vigilantes terceirizados,
que não podem usar armas.
Mas um convênio entre a universidade e a PM permite que
soldados trabalhem nas áreas
comuns, desde que a reitoria
autorize. A reitoria nega ter autorizado a entrada dos policiais.
Segundo a PM, vigilantes que
foram até o instituto para interromper a exibição foram ameaçados e pediram ajuda à polícia,
que já estava no campus.
Quando os militares chegaram, houve tumulto com os estudantes. Um aluno chegou a
ser detido por suposto desacato
à autoridade.
A prisão gerou revolta nos
universitários. A PM pediu reforço. Segundo Glória Trogo,
coordenadora do DCE, os PM
chamados começaram a agredir os participantes. Já segundo
a PM, a confusão foi iniciada
porque militares foram recepcionados com pedradas.
Em razão do conflito, alguns
alunos se negaram a assistir aulas no Instituto de Geociências.
Em assembléia na noite de ontem, eles optaram pela greve.
Eles exigem que a reitoria encerre o convênio com a PM e
requerem retratação pública.
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