São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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Glaucoma exige cuidado constante

DA REPORTAGEM LOCAL

Desde o ano passado, a estudante Dayana Marçal Huruta, 15, transformou-se na "guardiã" dos olhos do pai, o desempregado Antônio Huruta, 59. Portador de glaucoma nos dois olhos, ele usa seis tipos diferentes de colírio, todos aplicados em horários alternados pela filha.
No olho esquerdo, um colírio é pingado de duas em duas horas, outro de seis em seis e um terceiro de oito em oito horas. Já no olho direito, um colírio é aplicado de 12 em 12 horas, o segundo de seis em seis e o terceiro de oito em oito.
Para não se confundir, Dayana montou uma tabela e, durante a madrugada, acorda a cada duas horas para pingar o colírio no pai. À noite, quando vai à escola, repassa essa função à irmã.
"Prefiro não dormir a ver meu pai piorar e perder totalmente a visão", afirma Dayana. Mesmo com os colírios e uma cirurgia feita há 15 dias no olho esquerdo, a pressão intra-ocular de Huruta continua alta e instável. "A visão clareou um pouco, mas ainda enxergo tudo embaçado", diz ele.
No olho direito, além do glaucoma, Huruta tem catarata, que até o momento não pôde operar devido à alta pressão intra-ocular.
Mensalmente, só com os colírios, Huruta gasta mais de R$ 150. Ele deveria estar usando um sétimo colírio, mas ainda não teve condições financeiras de comprá-lo. Desde que teve a doença diagnosticada, quando era gerente de uma lanchonete na zona norte de SP, Huruta está desempregado.


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