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DIREÇÃO PERIGOSA
Prefeituras consideram que a imprudência de motoristas é a principal causa de mortes no trânsito
Líderes de acidentes têm fiscalização falha
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
As capitais líderes do ranking de
mortalidade no trânsito -Boa
Vista (RR), Palmas (TO) e Porto
Velho (RO)- têm problemas de
infra-estrutura para fiscalização e
segurança do trânsito.
As três têm projetos de fiscalização muito recentes, deficitários
ou simplesmente não contam
com formas modernas de controle -como lombadas eletrônicas
ou detectores de velocidade.
As prefeituras consideram que a
principal causa das altas taxas de
mortes no trânsito é a imprudência dos motoristas.
Boa Vista, da prefeita Teresa Jucá (PPS), começou apenas nesta
administração (iniciada em 2001)
a instalar semáforos e rotatórias.
A cidade também não conta com
nenhuma forma de fiscalização
eletrônica de velocidade.
Outro problema de Boa Vista:
mais da metade da frota é constituída por motocicletas. Segundo a
prefeitura, 40% dos acidentes envolvem motoqueiros.
Em Palmas, foram instalados.
em 2003, aparelhos de controle de
velocidade nas principais ruas da
cidade. De lá para cá, houve redução de 53% nas mortes em acidentes de trânsito e de 25% no número de acidentes, de acordo com
o presidente da Agência Municipal de Trânsito e Transportes,
João Edson dos Santos.
Porto Velho vive atualmente
uma briga judicial devido à instalação de radares de velocidade.
Segundo o secretário de Trânsito,
Edmar de Moura, uma empresa
foi contratada em caráter emergencial para instalar os aparelhos
sem passar por licitação. A OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil) de Rondônia, entrou na Justiça com um mandado de segurança sustando a contratação.
Desde a instalação dos radares,
em início de abril, apenas uma
pessoa morreu em Porto Velho
em um acidente. Nos três primeiros meses do ano, foram 24.
Bahia
Pequenas intervenções viárias e
dois conceitos antagônicos (educação e punição) foram as armas
utilizadas pela Prefeitura de Salvador para reduzir o número de
mortes em acidentes de trânsito
na capital baiana.
Nos últimos seis anos, as principais ruas e avenidas da cidade ganharam aparelhos de fiscalização
eletrônica móveis e fixos. "Nós
também alargamos algumas pistas, fizemos sinalizações horizontal e vertical e alteramos algumas
paradas de ônibus", disse o prefeito Antonio Imbassahy (PFL).
Com quase 500 mil veículos em
sua frota, a capital baiana também
recorreu ao treinamento para
conter os abusos no trânsito
-300 monitores orientam alunos de escolas municipais diariamente. "Com os monitores, os estudantes aprendem a atravessar
as ruas e a respeitar qualquer tipo
de sinalização", disse o prefeito.
A partir de 2001, a prefeitura começou a cadastrar todos os motoristas de ônibus envolvidos em
acidentes. Do total de 800, apenas
10% voltaram a enfrentar problemas com o trânsito.
Colaborou TIAGO ORNAGHI, da Agência
Folha
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