São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DIREÇÃO PERIGOSA

Prefeituras consideram que a imprudência de motoristas é a principal causa de mortes no trânsito

Líderes de acidentes têm fiscalização falha

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

As capitais líderes do ranking de mortalidade no trânsito -Boa Vista (RR), Palmas (TO) e Porto Velho (RO)- têm problemas de infra-estrutura para fiscalização e segurança do trânsito.
As três têm projetos de fiscalização muito recentes, deficitários ou simplesmente não contam com formas modernas de controle -como lombadas eletrônicas ou detectores de velocidade.
As prefeituras consideram que a principal causa das altas taxas de mortes no trânsito é a imprudência dos motoristas.
Boa Vista, da prefeita Teresa Jucá (PPS), começou apenas nesta administração (iniciada em 2001) a instalar semáforos e rotatórias. A cidade também não conta com nenhuma forma de fiscalização eletrônica de velocidade.
Outro problema de Boa Vista: mais da metade da frota é constituída por motocicletas. Segundo a prefeitura, 40% dos acidentes envolvem motoqueiros.
Em Palmas, foram instalados. em 2003, aparelhos de controle de velocidade nas principais ruas da cidade. De lá para cá, houve redução de 53% nas mortes em acidentes de trânsito e de 25% no número de acidentes, de acordo com o presidente da Agência Municipal de Trânsito e Transportes, João Edson dos Santos.
Porto Velho vive atualmente uma briga judicial devido à instalação de radares de velocidade. Segundo o secretário de Trânsito, Edmar de Moura, uma empresa foi contratada em caráter emergencial para instalar os aparelhos sem passar por licitação. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Rondônia, entrou na Justiça com um mandado de segurança sustando a contratação.
Desde a instalação dos radares, em início de abril, apenas uma pessoa morreu em Porto Velho em um acidente. Nos três primeiros meses do ano, foram 24.

Bahia
Pequenas intervenções viárias e dois conceitos antagônicos (educação e punição) foram as armas utilizadas pela Prefeitura de Salvador para reduzir o número de mortes em acidentes de trânsito na capital baiana.
Nos últimos seis anos, as principais ruas e avenidas da cidade ganharam aparelhos de fiscalização eletrônica móveis e fixos. "Nós também alargamos algumas pistas, fizemos sinalizações horizontal e vertical e alteramos algumas paradas de ônibus", disse o prefeito Antonio Imbassahy (PFL).
Com quase 500 mil veículos em sua frota, a capital baiana também recorreu ao treinamento para conter os abusos no trânsito -300 monitores orientam alunos de escolas municipais diariamente. "Com os monitores, os estudantes aprendem a atravessar as ruas e a respeitar qualquer tipo de sinalização", disse o prefeito.
A partir de 2001, a prefeitura começou a cadastrar todos os motoristas de ônibus envolvidos em acidentes. Do total de 800, apenas 10% voltaram a enfrentar problemas com o trânsito.


Colaborou TIAGO ORNAGHI, da Agência Folha

Texto Anterior: Direção perigosa: Região Norte lidera mortes no trânsito
Próximo Texto: Para técnicos, falta fiscalização
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.