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CLIMA
Para meteorologistas, fenômeno é diferente do Catarina, que causou mortes e deixou desabrigados no mês de março
Ciclone deixa Defesa Civil em alerta no Sul
DA AGÊNCIA FOLHA
Chuvas, ventos fortes e ondas
de até quatro metros de altura assustaram ontem os moradores de
cidades litorâneas de Santa Catarina. Apesar de tratar-se, segundo
os meteorologistas, de uma situação climática típica, a Defesa Civil
estava em alerta e havia risco de
alagamentos.
De acordo com o Climerh (Centro Integrado de Meteorologia e
Recursos Hídricos de Santa Catarina), uma área de baixa pressão
atmosférica associada a uma frente fria que está no oceano deve
atuar até o final de semana, podendo provocar ventos de até 100
km/h no mar e 80 km/h em terra,
ressaca forte (quando a maré sobe
mais que o usual) e muita chuva.
No Estado de São Paulo, as conseqüências devem ser similares,
mas com menor intensidade.
A partir de hoje, de acordo com
os meteorologistas, haverá próximo à costa a formação de um ciclone extratropical (conhecido fenômeno meteorológico do Atlântico Sul, com ventos fortes que giram em sentido horário), que se
deslocará para o oceano.
Os especialistas, porém, descartaram qualquer comparação com
o ciclone Catarina, que atingiu o
sul catarinense e o norte gaúcho,
no final de março, apresentando
características de furacão, e causou destruição e mortes em 26
municípios.
"É uma situação típica que
ocorre depois da passagem de
uma frente fria. Acontece até dez
vezes por ano. O mar fica bastante
agitado, e os ventos são intensos.
Por isso os pescadores foram avisados com bastante antecedência
para evitar o mar", afirmou Clóvis
Corrêa, do Climerh.
De acordo com o Inpe (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais),
as ondas deverão variar de dois
metros a cinco metros de altura
perto das costas do Rio Grande do
Sul e de Santa Catarina. As temperaturas devem ficar amenas, com
mínima de 12 C no litoral e de
10C na região serrana.
Além dos pescadores, alertas serão dados à população em geral.
Recomenda-se a quem vive em
áreas litorâneas que, nas tempestades, procure lugares feitos de alvenaria, afaste-se de vidros e do
mar revolto. Os dias mais críticos
devem ser hoje e amanhã.
Nevoeiro no Rio
O aeroporto Santos Dumont
(centro do Rio) ficou parcialmente fechado pela manhã e operou
por instrumento até as 14h28 em
razão de um forte nevoeiro que
atingiu a cidade na manhã de ontem e só se dissipou no início da
tarde. O Aeroporto Internacional
Maestro Antônio Carlos Jobim
(zona norte) operou por instrumento até as 14h30.
No Santos Dumont, não houve
pouso das 6h às 9h35, cinco vôos
foram cancelados e oito pousos
foram transferidos para o aeroporto Tom Jobim.
O fenômeno que causou o nevoeiro é conhecido como inversão térmica que, segundo a meteorologista Marlene Leal, começa na véspera. O dia amanhece
com uma alta umidade do ar.
Com o aquecimento solar, esse ar
sobe. Se durante a noite não há
vento ou nuvem, o ar úmido e pesado desce e se condensa, permanecendo próximo ao solo e provocando o nevoeiro.
"O nevoeiro é esse ar condensado que se vê principalmente próximo ao nível do mar. Enquanto
esse ar frio, úmido e pesado está
perto do solo, acima há uma camada de ar quente e seca. Com o
aquecimento natural do dia, o nevoeiro se dissipa", disse Leal.
O fenômeno, segundo ela, começa a ser observado com mais
freqüência no final do outono e é
comum no inverno.
Colaboraram as Regionais e a Sucursal
do Rio
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