São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2004

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CLIMA

Para meteorologistas, fenômeno é diferente do Catarina, que causou mortes e deixou desabrigados no mês de março

Ciclone deixa Defesa Civil em alerta no Sul

DA AGÊNCIA FOLHA

Chuvas, ventos fortes e ondas de até quatro metros de altura assustaram ontem os moradores de cidades litorâneas de Santa Catarina. Apesar de tratar-se, segundo os meteorologistas, de uma situação climática típica, a Defesa Civil estava em alerta e havia risco de alagamentos.
De acordo com o Climerh (Centro Integrado de Meteorologia e Recursos Hídricos de Santa Catarina), uma área de baixa pressão atmosférica associada a uma frente fria que está no oceano deve atuar até o final de semana, podendo provocar ventos de até 100 km/h no mar e 80 km/h em terra, ressaca forte (quando a maré sobe mais que o usual) e muita chuva.
No Estado de São Paulo, as conseqüências devem ser similares, mas com menor intensidade.
A partir de hoje, de acordo com os meteorologistas, haverá próximo à costa a formação de um ciclone extratropical (conhecido fenômeno meteorológico do Atlântico Sul, com ventos fortes que giram em sentido horário), que se deslocará para o oceano.
Os especialistas, porém, descartaram qualquer comparação com o ciclone Catarina, que atingiu o sul catarinense e o norte gaúcho, no final de março, apresentando características de furacão, e causou destruição e mortes em 26 municípios.
"É uma situação típica que ocorre depois da passagem de uma frente fria. Acontece até dez vezes por ano. O mar fica bastante agitado, e os ventos são intensos. Por isso os pescadores foram avisados com bastante antecedência para evitar o mar", afirmou Clóvis Corrêa, do Climerh.
De acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), as ondas deverão variar de dois metros a cinco metros de altura perto das costas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. As temperaturas devem ficar amenas, com mínima de 12 C no litoral e de 10C na região serrana.
Além dos pescadores, alertas serão dados à população em geral. Recomenda-se a quem vive em áreas litorâneas que, nas tempestades, procure lugares feitos de alvenaria, afaste-se de vidros e do mar revolto. Os dias mais críticos devem ser hoje e amanhã.

Nevoeiro no Rio
O aeroporto Santos Dumont (centro do Rio) ficou parcialmente fechado pela manhã e operou por instrumento até as 14h28 em razão de um forte nevoeiro que atingiu a cidade na manhã de ontem e só se dissipou no início da tarde. O Aeroporto Internacional Maestro Antônio Carlos Jobim (zona norte) operou por instrumento até as 14h30.
No Santos Dumont, não houve pouso das 6h às 9h35, cinco vôos foram cancelados e oito pousos foram transferidos para o aeroporto Tom Jobim.
O fenômeno que causou o nevoeiro é conhecido como inversão térmica que, segundo a meteorologista Marlene Leal, começa na véspera. O dia amanhece com uma alta umidade do ar. Com o aquecimento solar, esse ar sobe. Se durante a noite não há vento ou nuvem, o ar úmido e pesado desce e se condensa, permanecendo próximo ao solo e provocando o nevoeiro.
"O nevoeiro é esse ar condensado que se vê principalmente próximo ao nível do mar. Enquanto esse ar frio, úmido e pesado está perto do solo, acima há uma camada de ar quente e seca. Com o aquecimento natural do dia, o nevoeiro se dissipa", disse Leal.
O fenômeno, segundo ela, começa a ser observado com mais freqüência no final do outono e é comum no inverno.


Colaboraram as Regionais e a Sucursal do Rio


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