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US$ 30 mi economizados serão usados em programa e tratamentos anti-Aids
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Saúde reinvestirá os US$ 30 milhões economizados anualmente com a
quebra da patente do anti-retroviral Efavirenz no próprio
programa DST/Aids e na ampliação do acesso ao tratamento de outras doenças relacionadas com a Aids. A economia representa 4,6% do orçamento
previsto para o programa neste
ano, que é de R$ 1,3 bilhão.
"É importante chamar a
atenção que, com essa decisão,
o Brasil vai economizar por ano
o equivalente a US$ 30 milhões. Esses recursos serão
reinvestidos no programa
DST/Aids e na ampliação do
acesso dos nossos pacientes ao
tratamento de outras patologias que convivem com a Aids,
como, por exemplo, a hepatite
B e hepatite C", afirmou o ministro José Gomes Temporão.
Pelos cálculos da Saúde, até
2012 -quando expirará a patente do anti-retroviral- a economia a ser alcançada com a
quebra da patente será de US$
236,8 milhões. Esse valor considera os preços ofertados pela
Merck no contrato de 2007.
Temporão explicou que o montante também já inclui os gastos do governo com o pagamento de royalties ao laboratório.
O governo pagará 1,5% de royalties sobre o volume de recursos gastos na importação do
anti-retroviral genérico produzido na Índia. O percentual foi
definido pelo governo com base
na regras da OMS (Organização
Mundial da Saúde). Para o caso
de licenciamento compulsório
de medicamentos anti-retrovirais, o padrão recomendado varia de 0,5% a 4%.
O ministério informou que,
se a empresa contestar o índice
de 1,5%, o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) poderá arbitrar a remuneração.
Hoje, os custos do governo
com os preços praticados pela
Merck são de US$ 580 por paciente/ano. Isso representa um
gasto anual de US$ 42,9 milhões. No total, o orçamento da
Saúde prevê gastos de R$ 984
milhões com compra de medicamentos de combate à Aids.
A Merck adota uma política
de preços diferentes de acordo
com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e/ou a
prevalência do vírus da Aids no
país. O governo destaca que essa política desconsidera, por
exemplo, o grau de acesso da
população ao medicamento.
Durante as negociações, o Brasil pediu, no mínimo, o mesmo
preço cobrado na Tailândia
-cerca de US$ 0,65 por comprimido. A Merck não aceitou a
proposta.
(JULIANNA SOFIA)
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