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USP ameaça multar grevista que fizer piquete no campus
Servidores entram em greve hoje e reivindicam aumento salarial
de 16% mais R$ 200, além do repasse de 6% dado aos professores
Reitoria diz que não pagará por dias não trabalhados e que obteve liminar na Justiça que prevê multa de R$ 1.000, em caso de transtornos
JULIANNA GRANJEIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sob a ameaça de multa da reitoria, funcionários da USP
(Universidade de São Paulo)
devem entrar em greve a partir
de hoje. Os servidores reivindicam aumento salarial de 16%
mais R$ 200 e o repasse de 6%
dado aos professores da instituição em fevereiro deste ano.
A paralisação deve afetar serviços como o ônibus circular, o
restaurante universitário, laboratórios, museus, bibliotecas e
setores administrativos.
A reitoria diz ter obtido uma
liminar na Justiça que fixa multa de R$ 1.000 por dia, caso o
movimento cause transtornos
-como colocação de piquetes e
bloqueios de acesso-, e afirma
que não haverá o pagamento
dos dias não trabalhados.
O diretor de base do Sintusp
(Sindicato dos Trabalhadores
da USP), Magno de Carvalho,
disse que a liminar não enfraquece o movimento e que o início da greve está mantido.
"Não estamos intimidados
com essas ameaças. Nos últimos anos, essa coisa de liminar
e multa é comum. Amanhã [hoje], na primeira hora da greve,
vamos votar o cerco do prédio
da reitoria e o fechamento dos
outros prédios", afirmou.
De acordo com ele, os piquetes são feitos para não distinguir os funcionários que entraram em greve e os que não entraram e evitar perseguições.
"Com o prédio fechado, não é
possível descontar do salário
pelo ponto e evitamos que os
funcionários sejam ameaçados
e perseguidos. Essas ameaças
nunca intimidaram os trabalhadores", disse o diretor.
Procurada pela reportagem
da Folha, a reitoria da USP não
quis comentar as declarações.
Segundo a instituição, as reivindicações ainda não foram
avaliadas, o que deve começar a
ocorrer no encontro entre os
reitores e os dirigentes dos sindicatos de professores e servidores das universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e
Unicamp) no dia 11. A greve foi
aprovada no fim de abril.
No ano passado, uma greve
iniciada por funcionários da
USP, também em 5 de maio,
ganhou a adesão de professores
e estudantes um mês depois,
após a Polícia Militar ter sido
chamada pela então reitora,
Suely Vilela, para impedir piquetes dos servidores em prédios como a reitoria.
A greve durou 57 dias e foi
marcada por um conflito que
deixou ao menos dez feridos
entre a Força Tática da Polícia
Militar, de um lado, e estudantes e funcionários, do outro.
A paralisação terminou em
22 de junho sem que as principais reivindicações da categoria fossem atendidas.
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